No PT, ordem é não comprar briga com Renan por PEC da Transição
Petistas avaliam que não vale entrar em conflito com Renan Calheiros, em razão da importância do senador dentro do MDB e no Congresso
atualizado
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Apesar das críticas públicas do senador Renan Calheiros (MDB-AL) à PEC da Transição, a ordem no PT é não comprar briga com o parlamentar por causa da proposta.
A avaliação é de que o emedebista é fundamental para trazer o MDB para a base de Lula e para a articulação política geral do governo no Congresso. Por isso, não valeria entrar em conflito com ele.
Em entrevista nessa sexta-feira (4/11) em Brasília, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), moderou o tom ao falar das discordâncias com o senador.
“Conversei com o senador e mostrei que precisamos viabilizar aquilo que foi contratado nas urnas. Não podemos entrar em 2023 sem o Auxílio Brasil e sem garantia de aumento do salário mínimo”, afirmou a petista
Expectativa positiva
Parlamentares do PT afirmam que a expectativa é que o texto da PEC seja alinhado com Renan Calheiros antes de a proposta ser votada no Senado.
Além de Renan, o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE), também criticou a ideia do PT de usar uma PEC para abrir espaço no Orçamento de 2023 para bancar programas sociais.
Na avaliação de Eunício, que se elegeu deputado federal este ano, a PEC servirá apenas para o Centrão tentar negociar cargos e a continuidade do “orçamento secreto” com Lula.
O emedebista disse ter consultado a assessoria do Senado e especialistas em Orçamento, que teriam ponderado que Lula pode resolver o impasse editando uma medida provisória que abra um crédito extraordinário.