Ministros da ala política do governo já trabalham, nos bastidores, para emplacar o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como substituto de Paulo Guedes no Ministério da Economia, caso o atual chefe da equipe econômica deixe o cargo.

O nome de Campos Neto tem sido defendido por ministros do Palácio do Planalto e outros que comandam pastas técnicas, mas têm mandato no Congresso Nacional. Nos bastidores, esses ministros tratam o presidente do BC como “sucessor natural” de Guedes.

Nos últimos meses, Campos Neto vem se aproximando de integrantes da ala política. Em agosto, por exemplo, participou de um churrasco organizado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Os dois moram no mesmo condomínio, no Lago Sul, em Brasília.

Com a aprovação da autonomia do BC, em fevereiro de 2021, Campos Neto tem mandato como presidente do banco até 2024. Ou seja, mesmo se o presidente Jair Bolsonaro não se reeleger em 2022, o economista continuará à frente da autoridade monetária brasileira.

Apesar disso, ministros políticos consideram que assumir o Ministério da Economia seria um ponto alto na carreira de atual presidente do BC. Eles também minimizam o fato de, assim como Guedes, Campos Neto ter offshore em um paraíso fiscal.