Ministro da Justiça discute exoneração de delegada da PF com Moraes
Anderson Torres apresentou a Alexandre de Moraes sua versão sobre exoneração de delegada da PF que encaminhou extradição de Allan dos Santos
atualizado
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O ministro da Justiça, Anderson Torres, conversou recentemente com o ministro do STF Alexandre de Moraes sobre a exoneração de uma delegada da Polícia Federal de um cargo na pasta, após ela encaminhar para os Estados Unidos o pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
Segundo apurou a coluna, Torres negou ao ministro do Supremo que a delegada Silvia Amélia da Fonseca tenha sido exonerada do ministério por pressão política. O titular da Justiça alegou ter exonerado a delegada da PF por ter se sentido “traído” pela então auxiliar.
Torres repetiu a Moraes ter ficado irritado com o fato fato de Silvia Amélia só ter comunicado ao gabinete do ministro da Justiça que o pedido de extradição do blogueiro já tinha sido remetido aos Estados Unidos mais de 15 dias depois de o processo ter sido enviado às autoridades americanas.
O ministro argumentou que, como chefe da pasta, teria direito de ser comunicado previamente sobre o despacho do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), setor que a delegada chefiava. Aliados de Silvia dizem que ela não não avisou antes porque o DRCI é técnico e cuida de temas sensíveis.
Como revelou a coluna, Moraes cobrou recentemente a atual cúpula da Polícia Federal, indicada por Anderson Torres, pela exoneração da delegada. Em depoimento à PF, Silvia Amélia e outros dois funcionários do DRCI relataram suposta pressão do comando do ministério durante o processo de extradição.
Moraes foi o responsável por determinar a prisão preventiva e extradição de Allan dos Santos. O ministro do STF assinou a ordem em 5 de outubro, mas só divuglou à imprensa no dia 21 daquele mês. A decisão atendeu a um pedido da PF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a prisão.