Ministério da Justiça é contra PF assumir apuração da morte de petista
No domingo (10/7), ministro da Justiça, Anderson Torres, conversou por telefone com secretário da Segurança Pública do Paraná
atualizado
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A cúpula do Ministério da Justiça também é contra federalizar a investigação da morte do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, assassinado no último sábado (9/7) por um bolsonarista.
A federalização da investigação tem sido defendida pelo PT e por outros partidos de esquerda, que veem motivação política para o crime e, por isso, querem que a Polícia Federal assuma a apuração. A PF é subordinada ao Ministério da Justiça.
Integrantes da cúpula do ministério ouvidos pela coluna avaliam, no entanto, que o assassinato tem elementos de “crime comum” e, por esse motivo, deve continuar sendo investigado pela Polícia Civil do Estado do Paraná.
Na noite do domingo (10/7), o ministro da Justiça, Anderson Torres, conversou por telefone com o secretário da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita. Torres ofereceu ajuda, mas deixou claro ser contra federalizar a investigação.
Frente de Lula vai à PGR e ao TSE
Como revelou a coluna, presidentes dos sete partidos que apoiam a chapa Lula-Alckmin pretendem ir nesta terça-feira (12/7) à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir a federalização da apuração do homicídio contra Marcelo Arruda.
A solicitação à PGR deve-se ao fato de que, pela Constituição, a prerrogativa de pedir que um crime seja apurado por forças federais de segurança é da Procuradoria. O pedido deve ser feito pelo órgão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para isso, são necessários três requisitos: 1) Constatação de grave violação de direitos humanos; 2) Possibilidade de responsabilização internacional por descumprimento de acordos; 3) Evidências de questão o sistema estadual não tem condições de investigar.
Apesar do desejo da oposição, o procurador-geral da República, Augusto Aras, já sinalizou não concordar com o pedido do PT, conforme noticiou o repórter Paulo Capelli, da coluna do Guilherme Amado, no Metrópoles.
Além da PGR, os dirigentes dos sete partidos que apoiam Lula pretendem ir ao TSE na quarta-feira (13/7). Dessa vez, para cobrar “ações enérgicas” da Corte contra o aumento da violência política no Brasil nas últimas semanas.