Milton Ribeiro recebeu depósito de R$ 60 mil de pastor; veja documento
Defesa do ex-ministro da Educação diz que depósito seria referente à venda de um carro da mulher de Ribeiro para uma filha do pastor
atualizado
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Uma movimentação suspeita na conta bancária de Milton Ribeiro foi indício determinante para a Justiça Federal decretar a prisão do ex-ministro da Educação.
Segundo fontes a par da investigação, Ribeiro teria recebido um depósito suspeito de Arilton Moura, um dos pastores presos na operação que investiga um esquema de corrupção no MEC.
Aliados do ex-ministro sustentam que o depósito seria referente à venda de um carro da esposa dele, Myriam Pinheiro Ribeiro, a Victoria Bartolomeu, filha de Arilton.
O Metrópoles teve acesso ao documento de transferência do veículo. Ele indica que o negócio foi feito em 21 de fevereiro de 2022, um mês antes do escândalo no MEC envolvendo os pastores ser noticiado.
O carro vendido foi um SUV KIA Sportage ano 2015, modelo 2016. Embora o endereço da filha de Arilton seja de Goiânia, a transferência do veículo foi validada em um cartório de Santos, onde o ex-ministro mora.
O depósito foi identificado em investigação da Controladoria-Geral da União (CGU). Sem dar detalhes, o órgão emitiu nota nesta quarta comunicando apenas que repassou a informação à Polícia Federal e ao Ministério Público.
Outras versões
No governo, há ainda outras versões sobre quem teria efetuado o depósito na conta do ex-ministro. Há quem diga, por exemplo, que teria sido uma universidade.
A defesa de Ribeiro alega que a movimentação considerada suspeita pelos investigadores foi a venda de um carro, “venda regular, documentada e sem qualquer ilicitude”. Mas não dá detalhes.
De uma forma ou de outra, o discurso de defesa e do Palácio do Planalto já está montado para tentar isolar o escândalo da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
A investigação
A PF já investigava o ex-ministro desde março deste ano, quando um áudio em que Ribeiro dizia priorizar pedidos de pastores apadrinhados de Bolsonaro (PL) se tornou público e levou à demissão do então ministro.