Mendonça teve maior rejeição na CCJ entre indicados recentes ao STF
Nenhum outro ministro da atual composição do STF teve nove votos contrários à sua indicação na CCJ do Senado
atualizado
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Segundo nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça teve a maior rejeição dentre os atuais ministros da Corte, durante a análise das indicações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O “terrivelmente evangélico” indicado por Bolsonaro ao Supremo teve seu nome aprovado na CCJ nesta quarta-feira (1º/12) por 18 votos a 9. O resultado foi menor do que o esperado pela bancada evangélica, que projetava que Mendonça teria ao menos -9 votos na comissão.
Primeiro nome indicado por Bolsonaro ao STF, em 2020, o ministro Kassio Nunes Marques teve 22 votos favoráveis e 5 votos contrários na CCJ. Indicado pelo então presidente Michel Temer (MDB), Alexandre de Moraes, por sua vez, foi aprovado na comissão por 19 a 7.
Dentre os indicados por Dilma Rousseff, Edson Fachin, que não tinha consenso nem mesmo dentro do PT, ficou com 20 votos a 7 na CCJ. Já o ministro Luís Roberto Barroso teve vida ainda mais tranquila na comissão, com 26 votos a 1.
Rosa Weber, por sua vez, recebeu 19 votos a favor e 3 votos contrários — na época, a CCJ tinha apenas 23 integrantes. Atual presidente do Supremo, o ministro Luiz Fux teve unanimidade na CCJ do Senado. Ou seja, todos os senadores da comissão votaram a favor de seu nome.
Dentre os indicados pelo ex-presidente Lula, Dias Toffoli recebeu 20 votos a favor e apenas três contrários. Cármen Lúcia também passou sem nenhum voto contrário na comissão, enquanto Ricardo Lewandoski teve 22 votos favoráveis e apenas um contra.
Indicado por Fernando Henrique Cardoso em seu último ano de mandato, Gilmar Mendes foi aprovado no longínquo ano de 2002 pro 16 votos a 6. É o único da atual composição da Corte a receber menos votos que André Mendonça, mas teve menor rejeição.
André Mendonça agora terá sua indicação votada pelo plenário do Senado. A previsão é de que a votação ocorra ainda nesta quarta-feira. Para ter o nome aprovado ao Supremo, ele precisa de votos de ao menos 41 dos 81 senadores.