metropoles.com

Ex-servidores do MEC de Bolsonaro explicam suposta sala secreta da Abin

Ex-servidores do MEC de Bolsonaro dizem que suposta sala secreta da Abin era “posto de controle” de documentos sigilosos do Sisbin

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
MEC
3_Imagens da sala secreta da Abin no MEC
1 de 1 3_Imagens da sala secreta da Abin no MEC - Foto: MEC

Ex-servidores do Ministério da Educação se mostraram surpresos, nos bastidores, com a denúncia de que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) teria uma suposta sala secreta no prédio do pasta durante o governo Bolsonaro.

A denúncia, revelada pela coluna na segunda-feira (4/3), foi feita pelo atual ministro da Educação do governo Lula, Camilo Santana, que disse ter descoberto o local assim que assumiu o cargo, em janeiro de 2023.

A suposta sala secreta da Abin, de acordo com Camilo, ficava ao lado de seu atual gabinete ministerial, no oitavo andar do prédio do MEC em Brasília, e tinha acesso restrito a pessoas autorizadas.

4 imagens
Ministro Camila Santana encontrou cofres em sala no MEC que seria usada pela Abin
Sala secreta da Abin no MEC tinha restrição de acesso e de uso de celular
Marcador de ponto para servidores na suposta sala secreta da Abin
1 de 4

Suposta sala secreta da Abin no MEC tinha picador de papel

MEC
2 de 4

Ministro Camila Santana encontrou cofres em sala no MEC que seria usada pela Abin

MEC
3 de 4

Sala secreta da Abin no MEC tinha restrição de acesso e de uso de celular

MEC
4 de 4

Marcador de ponto para servidores na suposta sala secreta da Abin

MEC

Ex-funcionários que trabalharam no ministério durante o governo Bolsonaro explicam que a sala realmente existia, mas seu funcionamento não era secreto. Pelo contrário, sua existência estava regulamentada em decretos e normas.

Segundo ex-servidores do MEC, a sala abrigava um “posto de controle” de documentos sigilosos criado após a inclusão do Ministério da Educação no Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), em 2021.

O que é o Sisbin

Criado em 1999, o Sisbin é responsável pelo processo de obtenção e análise de informações e produção de conhecimentos de inteligência, além de atuar na proteção das informações sensíveis.

O sistema é coordenado pela Abin, órgão que, durante o governo Bolsonaro, estava subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — na gestão Lula, a agência é vinculada à Casa Civil.

Ex-funcionários do MEC ressaltam que a criação do “posto de controle” foi registrada em decreto publicado pelo próprio Ministério da Educação em 13 de dezembro de 2022, final do governo Bolsonaro.

Para os ex-servidores da pasta, a principal surpresa mesmo seria com o desconhecimento de Camilo Santana em relação à existência do posto de controle.

Restrições

A coluna teve acesso a fotos da suposta sala secreta. As imagens mostram que o ambiente tinha acesso restrito por biometria. Uma placa na porta informava que somente pessoas autorizadas podiam entrar.

Outros avisos indicavam que o ambiente era monitorado por câmeras e que era proibido usar celular dentro da sala, bem como tirar fotos ou fazer filmagens sem autorização.

As imagens revelam ainda que a sala guardava ao menos três cofres e alguns equipamentos eletrônicos. Entre eles, uma máquina de picar papel, provavelmente usada para destruir documentos.

Ex-servidores do Ministério da Educação ressaltam que os equipamentos e restrições de acesso da sala seguem norma publicada pelo GSI em 2013 para os “postos de controle” do Sisbin.

Segundo a norma, essas salas devem estar localizados em “em área de acesso restrito”, “possuir meios de armazenamento de documentos físicos e eletrônicos com nível de segurança compatível” e ter “restrição ao uso de máquinas fotográficas, gravadores de vídeo e áudio”.

Procurada pela coluna na noite de quinta-feira (7/3), a atual gestão do MEC ainda não respondeu. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Fontes da atual gestão do Ministério da Educação relataram à coluna que a suposta sala secreta da Abin foi desativada por Camilo Santana e transformada em gabinete para assessores.

O que diz a Abin

Procurada oficialmente desde a semana passada, a Abin ainda não respondeu. O espaço segue aberto para manifestação. Extraoficialmente, porém, fontes da agência dizem desconhecer a sala.

Uma fonte da Abin ouvida pela coluna ressaltou ainda que, desde 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, não há sequer servidores do órgão cedidos para o MEC.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comIgor Gadelha

Você quer ficar por dentro da coluna Igor Gadelha e receber notificações em tempo real?