Mauro Cid também foi fardado a depoimentos na PF
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, compareceu fardado a todos os depoimentos que prestou à PF após ser preso, em maio
atualizado
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Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também compareceu fardado a todos os depoimentos que prestou à Polícia Federal desde que foi preso, no início de maio de 2023. A informação foi confirmada à coluna por fontes do Alto Comando do Exército e da direção da PF.
Desde que foi detido, o militar já foi ouvido por delegados da Polícia Federal em ao menos três ocasiões: 1) em 18 de maio, sobre fraude em cartões de vacina; 2) em 22 de maio, sobre as joias sauditas que Bolsonaro ganhou; 3) em 30 de junho, sobre uma minuta golpista encontrada no celular do militar.
Segundo integrantes do Alto Comando do Exército, Mauro Cid usa fardas da Força até mesmo dentro da prisão, por estar detido em uma estabelecimento militar. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso no Batalhão do Exército de Brasília, no Setor Militar Urbano.
Farda na CPMI
A presença de Mauro Cid fardado em depoimentos passou a ser alvo de críticas e questionamentos após ele comparecer de farda à oitiva na CPMI do 8 de Janeiro, no dia 11 de julho. A pedido de parlamentares, o Ministério Público Militar, inclusive, pediu explicações ao Exército.
Como a coluna antecipou, a Força respondeu que “não houve orientação formal” para que o tenente-coronel fosse fardado à CPMI. A resposta foi enviada por meio de ofício assinado pelo Comando do Exército ao procurador-geral da Justiça Militar, Clauro Roberto de Bortolli.
“Não houve orientação formal do Exército para o uso da farda pelo TC MAURO CESAR BARBOSA CID (sic). O comparecimento do militar fardado, em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI8), deu-se em razão de o mesmo ser militar da ativa e ter sido convocado para tratar de temas referentes à função de Ajudante de Ordens da Presidência da República, cargo de natureza militar, para o qual fora designado pela Força”, disse o Exército no ofício, ao qual a coluna teve acesso.
No dia do depoimento de Cid, o Exército chegou a emitir uma nota à imprensa afirmando que o tenente-coronel tinha sido “orientado” pelo comando da Força a comparecer fardado à CPMI, “pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força”.
Para o procurador-geral da Justiça Militar, a ida de Mauro Cid fardado para prestar depoimento como testemunha por envolvimento em um crime tem potencial de vincular a imagem das Forças Armadas a atos ilícitos, “maculando a imagem da instituição”.