Mauro Cid acreditou em golpe até depois da posse de Lula, diz PF
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro acreditou na possibilidade de um golpe de Estado mesmo após a posse de Lula no Palácio do Planalto
atualizado
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Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid acreditou na possibilidade de um golpe de Estado com ajuda das Forças Armadas mesmo após a posse de Lula no Palácio do Planalto, em 2023.
A crença do militar está exposta no relatório final da Polícia Federal sobre o inquérito do golpe, cujo sigilo foi levantado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na tarde da terça-feira (26/11).
“Importante destacar ainda que a expectativa entre os investigados de que um Golpe de Estado, apoiado pelos militares, ainda pudesse ocorrer perdurou já na vigência do novo governo, principalmente quando se desencadearam os atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023”, diz o relatório da PF.
Segundo o documento, a mulher de Cid, Gabriela, enviou ao militar, por telefone, imagens do momento em que os golpistas invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro 2023.
O relatório da Polícia Federal mostra que, em resposta à esposa, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que, caso o Exército brasileiro saísse dos quarteis, seria para aderir ao golpe de Estado.
“Se o EB sair dos quarteis…e para aderir”, respondeu Cid a sua esposa, de acordo com o documento da PF.
Mauro Cid em quatro núcleos do inquérito
Conforme o Metrópoles mostrou, Cid atuava em quatro dos seis núcleos da trama do golpe. A investigação da PR aponta que Mauro Cid atuou nos seguintes núcleos:
– Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
– Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado;
– Núcleo Jurídico;
– Núcleo de Inteligência Paralela.