Em 2016, Marta recebeu doações de dois empresários do “grupo do golpe”
Empresários bolsonaristas que discutiram golpe em grupo de WhatsApp doaram para campanha de Marta Suplicy à prefeitura em 2016
atualizado
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Provável vice de Guilherme Boulos (PSol) na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024, Marta Suplicy recebeu, em 2016, doação de empresários bolsonaristas investigados por discutir um golpe pró-Jair Bolsonaro no WhatsApp.
Naquele ano, Marta concorreu à prefeitura da capital paulista e teve como financiadores os empresários José Isaac Peres, dono do gigante de shoppings Multiplan, e Meyer Joseph Nigri, da construtora Tecnisa.
Peres, inclusive, figura como o segundo maior doador pessoa física da campanha de Marta em 2016, com uma doação de R$ 200 mil. Nigri foi mais modesto: doou R$ 50 mil para a então candidata do MDB à prefeitura.
Os dois empresários estavam no grupo de WhatsApp “Empresários&Política”, cujos integrantes foram flagrados discutindo um possível golpe caso Bolsonaro perdesse para Lula as eleições presidenciais de 2022.
Ambos chegaram a ser alvo de mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes em outubro de 2022, após o colunista Guilherme Amado revelar o teor das mensagens trocadas.
Conforme divulgou a reportagem, Nigri encaminhou no grupo um texto com diversos ataques ao STF. “Leitura obrigatória”, dizia a mensagem, que não foi escrita por ele. “O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil.”
Antes do texto encaminhado por Nigri, José Isaac Peres atacou pesquisas eleitorais no mesmo grupo, afirmando que sondagens de intenções de voto são “manipuladas” para confirmar resultados de “urnas secretas”.
Em agosto de 2023, Moraes decidiu arquivar a investigação contra Peres, mas manteve aberto o inquérito contra Nigri, alegando robusta “relação entre a família do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro o empresário”.
Emedebistas também doaram
Além da doação de empresários, Marta recebeu doações de alguns emedebistas famosos em 2016. Dentre eles, o atual prefeito de São Paulo e adversário de Boulos na disputa, Ricardo Nunes.
Na ocasião, Nunes doou R$ 5 mil para a campanha de Marta à prefeitura. O ex-senador Romero Jucá, que deixou o governo Temer pouco antes após vir a público uma ligação articulando contra a Lava Jato, doou R$ 50 mil.