Na reunião que tiveram nesta sexta-feira (9/2) no Palácio da Alvorada, o presidente Lula prometeu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), um canal direto de diálogo.

Como não tem celular próprio, Lula definiu que seu contato com Lira será feito por meio do telefone do capitão reformado do Exército Valmir Moraes da Silva, ajudante de ordens do petista.

Durante a reunião, o presidente da República, inclusive, chamou Moraes até a sala e o apresentou a Lira, ordenando que, sempre que o deputado ligar, o segurança deverá avisar a Lula.

O presidente da República também disse a Lira ter autorizado o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a continuar sendo a ponte institucional entre o Palácio do Planalto e Câmara.

A função, em tese, deveria ser do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Lira, porém, é crítico de Padilha e já cobrou, inclusive, a demissão do ministro, o que Lula resiste.

“Está zerado”

Na reunião no Alvorada, Lula e Lira lavaram a roupa suja. O deputado teria exposto ao petista sua insatisfação com o que considera descumprimento de acordos do governo na liberação de emendas parlamentares.

O presidente da República, por sua vez, indagou Lira sobre o duro discurso que o deputado fez na sessão de abertura do ano legislativo na segunda-feira (5/2), no Congresso Nacional.

Após a lavagem de roupa suja, tanto Lula quanto Lira disseram a interlocutores que o encontro selou a paz entre eles. “Está zerado”, disse o presidente da Câmara a aliados.

Iniciativa do encontro

A iniciativa para o encontro partiu de Lula. Como antecipou a coluna, o petista queria conversar com Lira antes do Carnaval. Do contrário, a reunião ficaria para o final de fevereiro.

Isso porque ambos viajarão no Carnaval. Lula embarca na terça-feira (13/2) para a África, de onde só deve retornar na penúltima semana de fevereiro. Já Lira viajou ainda na sexta para Salvador.