Líder do PSDB diz que maioria da bancada votará em Rogério Marinho
Líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas diz que, dos três senadores do partido, dois votarão em Rogério Marinho (PL) para presidência da Casa
atualizado
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Na primeira grande disputa da polarização Lula versus Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, a maioria da bancada do PSDB no Senado se posicionará ao lado do campo bolsonarista.
Em entrevista à coluna, o líder dos tucanos na Casa, Izalci Lucas (DF), anunciou que os três senadores da sigla votarão contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tentará reeleição ao comando do Senado com apoio de Lula.
Segundo Izalci, ele e o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) votarão no ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN). Já Plínio Valério (PSDB-AM) deve votar no também bolsonarista Eduardo Girão (Podemos-CE).
O líder do PSDB no Senado argumenta que, apesar de respeitarem Pacheco, ele e o PSDB não comungam com as ideias do governo Lula e serão oposição ao petista nos próximos quatro anos.
“Uma das coisas que pode atrapalhar muito (o Senado) é a vinculação com o governo. A dependência com o governo. Me preocupa esse apoio do governo (à candidatura do Pacheco). Como sou oposição a este governo que está ai, não comungo com as ideias deles, sempre fui oposição a eles, vou ter dificuldade em trabalhar em conjunto com eles. Serei oposição”, explicou Izalci à coluna.
Confira a entrevista completa:
Qual será a posição do PSDB na disputa pela presidência do Senado?
Evidente que é uma eleição que cada um vota individualmente. É um voto secreto. Eu particularmente voto no Rogério Marinho. O Alessandro Vieira me disse que vota no Marinho. O Plínio vota no Eduardo Girão. Lógico que temos conversado para que possamos estar todos juntos no mesmo barco. Eu e o Marinho fomos colegas por muitos anos na Câmara Federal (antes de entrar no PL, Marinho foi filiado ao PSDB). Defendemos as mesmas bandeiras. Ele sempre defendeu as mesmas propostas e ideias. Tenho um alinhamento muito bom. Então, acho que é o melhor para dar um protagonismo maior no Senado, que é o que acho que precisa. Voltar a ser um protagonista. Não podemos ficar omissos da forma como está. Aprovamos as coisas, vai para a Câmara e acaba na gaveta. Além disso, eu particularmente fui oposição ao governo Lula. Não comungo com as bandeiras deste governo. Sou oposição ao governo. Não tem porque ser diferente.
O senhor acha que o presidente Pacheco está muito ligado ao atual governo? Ele também chegou a ser oposição enquanto deputado federal.
Ele era do DEM. Agora, a questão é que ele tem o apoio do governo. Mas não é o principal motivo para eu não votar nele. O principal motivo hoje é de fato que a gente precisa realmente estar alinhado com o nosso eleitor e com as nossas bandeiras. As minhas bandeiras são as bandeiras que este eleitor que está ai reivindica. Que é o que eu sempre defendi. A família, a educação.
E sobre o protagonismo do Senado? Qual a diferença entre Pacheco e Marinho na disputa?
Acho que o Senado é uma cCasa de peso, que é muito respeitada e que hoje perdeu um pouco isso. A gente não tem mais aquele orgulho de ser senador. Aquele respeito que tinha antigamente. Marinho tem o perfil de independência, competência, articulado. E eu espero contribuir com isso. Uma das coisas que pode atrapalhar muito (o Senado) é a vinculação com o governo. A dependência com o governo. Me preocupa esse apoio do governo (à candidatura de Pacheco). Como sou oposição a este governo que está ai, não comungo com as ideias deles, sempre fui oposição a eles, vou ter dificuldade em trabalhar em conjunto com eles. Serei oposição.
O PSDB chega nesta Legislatura com a bancada reduzida, com apenas três senadores. Qual será o papel do partido?
Acho que a oposição precisa ser ferrenha. Não quanto pior melhor, isso a gente nunca fez. O que é melhor para o Distrito Federal, para o Brasil, vamos votar favorável. Agora serei implacável, vou fiscalizar, acompanhar. Aquilo que não concordo vou votar contra, vou emendar. A questão (sobre o PSDB) não é quantidade. Acho que o que vale em qualquer situação é qualidade, não quantidade. E a gente perdeu, o PSDB, perdeu em qualidade, não só quantidade. Sempre tivemos muita qualidade no nosso grupo.