Justiça e AGU discutem estratégia para Bolsonaro não depor à PF
Ministros da Justiça e da AGU buscam estratégia jurídica para evitar que Jair Bolsonaro tenha que depor presencialmente à PF nesta sexta
atualizado
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As cúpulas da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça discutem uma estratégia jurídica para evitar que o presidente Jair Bolsonaro tenha de prestar depoimento à Polícia Federal presencialmente, nesta sexta-feira (28/1), no inquérito que apura vazamento de documentos sigilosos.
Segundo apurou a coluna, os ministro da AGU, Bruno Bianco, e da Justiça, Anderson Torres, vêm discutindo as possibilidades com Bolsonaro desde quinta-feira (27/1). Os dois auxiliares também se reuniram com o presidente no fim da manhã desta sexta, para tratar do assunto.
A ordem para Bolsonaro ser ouvido presencialmente partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de Moraes se deu em resposta a um pedido da AGU para que o presidente não tivesse que comparecer o depoimento, cujo prazo venceria nesta sexta.
Uma das ideias discutidas por Bianco e por Torres é a AGU apresentar ao STF uma espécie de recurso argumentando que, na condição de investigado, Bolsonaro não seria obrigado a comparecer. Em sua decisão, porém, Moraes sustenta que o presidente tem direito a ficar em silêncio, mas não pode se recusar a depor.
O ministro do STF argumentou ainda que Bolsonaro já tinha concordado em prestar o depoimento até 28 de janeiro e ressaltou que chegou a atender a pedido da própria AGU para estender o prazo, por 6o dias, para que o presidente indicasse o local, dia e horário para ser ouvido.