Voto de Jaques Wagner a favor de PEC irrita ministros de Lula e do STF
Avaliação no Planalto é que, ao votar a favor da PEC, Jaques Wagner levou governo para dentro da briga entre Senado e STF
atualizado
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O voto do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), a favor da PEC que limita decisões monocráticas do STF irritou, e muito, ministros da Corte e do próprio governo Lula.
A avaliação de integrantes do Palácio do Planalto é que, ao votar pela aprovação da proposta, o petista colocou o governo dentro da guerra entre Senado e Supremo.
No STF, o voto de Wagner foi visto como uma “traição”, sobretudo por ajudar a consolidar uma vitória do bolsonarismo, principal articulador da PEC contra a Corte.
Wagner justifica voto
Após a repercussão negativa, Wagner procurou ministros para justificar seu voto. Ele alegou ter votado a favor após Rodrigo Pacheco dizer que teria feito um acordo com o STF.
A desculpa, porém, não foi bem aceita nem entre ministros do governo, nem do Supremo, que negam ter feito qualquer acordo com senadores em relação à PEC.
Para evitar danos ainda maiores na relação entre governo e STF, ministros palacianos passaram a reforçar a mensagem de que o voto de Jaques foi “pessoal”.
“O líder do governo deixou claro durante a votação de que a orientação era liberar a bancada. Foi um voto pessoal”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, à GloboNews.
No Palácio Planalto, a ordem é insistir no discurso de que a PEC nunca foi tema do governo e, por esse motivo, não teria sequer sido debatida internamente.
Ministros descartam saída de Wagner
Apesar do incômodo com o voto de Wagner, ministros de Lula avaliam que o presidente não trocará o líder do governo neste momento, sobretudo pela forte ligação de ambos.