Itamaraty chama embaixadores e se desculpa por episódio racista no Rio
Filhos de diplomatas acusam PMs do Rio de fazer abordagem com cunho racista, o que fez Itamaraty apresentar desculpas a Gabão e Burkina Faso
atualizado
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O Itamaraty chamou os embaixadores do Gabão e de Burkina Faso para pedir desculpas oficiais em nome do governo brasileiro por uma abordagem de cunho racista da Polícia Militar do Rio de Janeiro a filhos dos diplomatas.
Os embaixadores dos dois países africanos foram recebidos na sede do Ministério das Relações Exteriores, na manhã desta sexta-feira (5/7), pelo chefe do cerimonial do Itamaraty, embaixador Mauro Furlan, que transmitiu o pedido de desculpas.
Os diplomatas denunciaram que os PMs do Rio teriam feito uma abordagem racista a um grupo de adolescentes negros — entre eles, os filhos dos embaixadores do Gabão e de Burkina Faso — na quinta-feira (4/7), no bairro de Ipanema.
A ação policial foi registrada por uma câmera de segurança de um edifício. As imagens mostram os agentes saindo da viatura apontando a arma para os jovens e os abordando de forma truculenta.
Os policiais mandaram o grupo encostar na parede e revistaram cada um. Eles só foram liberados após um adolescente branco dizer que eles são estrangeiros, moram em Brasília e que estavam no Rio a turismo.
O que diz a PM do Rio
A Polícia Militar fluminense informou que os agentes envolvidos na ação usavam câmeras corporais e que as imagens serão analisadas pela corregedoria da corporação para constatar se houve algum excesso.
A PM ainda reforçou que a Ouvidoria está à disposição dos cidadãos que se sentirem ofendidos para a formalização de denúncias por meio do telefone (21) 2334-6045 ou e-mail ouvidoria_controladoria@pmerj.rj.gov.br. O anonimato é garantido.