Guedes já admite que Bolsonaro pode inviabilizar saída para precatórios
Integrantes STF e do TCU avisaram ao ministro da Economia que só falas prévias do presidente da República já azedaram o clima para o acordo
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, já admite a interlocutores que o discurso do presidente Jair Bolsonaro nos atos de 7 de Setembro, nesta terça-feira, deve inviabilizar de vez o acordo com as cúpulas do Legislativo e do Judiciário para reduzir o “meteoro” de R$ 89,1 bilhões em precatórios que a União precisará pagar em 2022.
Há três semanas, Guedes e as cúpulas do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) vinham costurando uma solução para reduzir o montante a ser pago no próximo ano para R$ 39,9 bilhões. O acordo seria selado por uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sem precisar aprovar uma PEC no Legislativo.
Nos últimos dias, no entanto, integrantes STF e do Tribunal de Contas da União (TCU) avisaram a Guedes que os recentes discursos de Bolsonaro com ataques a ministros do Supremo já foram suficientes para azedar o clima. Um ministro de um desses tribunais disse à coluna nessa segunda-feira (6/9) que a negociação “já era”.
A expectativa é de que as remotas possibilidades de reavivar o acordo caiam por terra de vez após os discursos de Bolsonaro nesta terça, durante atos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo auxiliares presidenciais, a expectativa é de que Bolsonaro faça duros ataques ao STF.