O governo Lula designou, nesta quarta-feira (22/11), o servidor Augusto César Carvalho de Souza como auditor-chefe da Auditoria Interna da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Auditor de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU), Augusto tem ligações com integrantes do PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto e que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como filiado.

Em 2011, o auditor chegou a ser indicado pela então presidente Dilma Rousseff para o cargo de diretor de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A indicação foi apadrinhada pelo então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), mas acabou retirada pela petista antes de ser votada no Senado por causa de denúncias de superfaturamento no Dnit.

Nascimento foi demitido três dias antes de Dilma retirar a indicação de Augusto, justamente por causa de denúncias no órgão. O caso também derrubou Luiz Antônio Pagot, então diretor-geral do departamento.

À época do escândalo, Augusto era o corregedor-geral do Dnit, órgão que foi feudo do PL de Valdemar em governos petistas anteriores, quando o partido ainda era aliado de Lula e Dilma.

Governos Temer e Bolsonaro

No segundo governo Dilma e na gestão Michel Temer, o auditor continuou ocupando outros cargos comissionados de assessoria e de chefia no Ministério dos Transportes, que seguiu controlado pelo PL.

Em 2019, quando Bolsonaro assumiu a Presidência da República, Augusto foi para o Ministério da Cidadania, onde atuou na assessoria especial de controle interno.

No terceiro governo Lula, antes de ser designado para a Funasa, o auditor ocupava o posto de chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério dos Transportes, atualmente comandado por Renan Filho (MDB).

Funasa na mira do Centrão

A Funasa é um dos órgãos mais cobiçados no momento pelo Centrão. O controle do órgão é disputado atualmente por lideranças do PP, PSD e Republicanos.

A fundação, que é vinculada ao Ministério da Saúde, chegou a ser extinta por Lula no início do governo, mas foi reativada após pressão do Congresso Nacional.

O PL e o Ministério da Saúde foram procurados pela coluna para comentar a indicação de Augusto César para o cargo na Funasa, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.