Governo brasileiro se articula para comprar pílula contra Covid da Merck
Integrantes do Planalto e do Ministério da Saúde monitoram estudos sobre o comprimido e já teriam feito contatos iniciais com a farmacêutica
atualizado
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O governo brasileiro já começou a se articular para comprar o primeiro comprimido contra a Covid-19 com eficácia comprovada, desenvolvido em fase experimental pela farmacêutica Merck, no Brasil registrada como MSD.
Chamada de molnupiravir, a pílula oral reduziu os riscos de internações ou morte pela doença em cerca de 50% durante os estudos da fase 3, conforme anúncio feito pela empresa na última sexta-feira (1º/10).
A articulação para compra e inclusão do medicamento no SUS tem sido feita por integrantes do Palácio do Planalto e do Ministério da Saúde, que monitoram há algum tempo os testes do comprimido.
Segundo apurou a coluna, integrantes do governo brasileiro já teriam, inclusive, feito contatos iniciais com a MSD, companhia que se chama “Merck, Sharp & Dohme” nos Estados Unidos e no Canadá.
Pioneiro
Fontes do Palácio do Planalto informaram à coluna que o objetivo é que o Brasil seja um dos primeiros compradores do comprimido, quando o fármaco obtiver aprovação das autoridades sanitárias para ser comercializado.
Na semana passada, a MSD anunciou que planeja pedir autorização para uso de emergência da pílula nos Estados Unidos e em outros países, o “mais rápido possível”.
Para integrantes da ala política do governo, se concretizada, a compra do comprimido seria uma forma de fazer o presidente Jair Bolsonaro abandonar o discurso em defesa de medicamentos como a cloroquina.
Segundo a MSD, o molnupiravir age interferindo com uma enzima que o coronavírus usa para copiar seu código genético e se reproduzir. O remédio mostrou atividade semelhante contra outros vírus.