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Café frio: governistas minimizam impacto do pacote de vingança de Lira

Lideranças governistas lembram que Arthur Lira tem, na prática, apenas mais seis meses de mandato como presidente da Câmara

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
1 de 1 O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Integrantes do Palácio do Planalto e lideranças governistas no Congresso Nacional minimizam, nos bastidores, o impacto do “pacote de vingança” ao governo preparado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Nos últimos dias, Lira prometeu pautar projetos e abrir CPIs que podem incomodar o Planalto, como reação ao embate que vem tendo com o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo.

Na avaliação de governistas, embora ainda tenha a caneta, o impacto da reação de Lira vai durar pouco tempo. Isso porque o mandato dele como presidente da Câmara acabará este ano.

Lira teria apenas 6 meses de mandato

Pelas contas de aliados do governo, Lira teria, na prática, apenas mais seis meses de mandato: maio, junho, agosto, setembro, outubro e novembro — em julho, o Congresso estará em recesso.

Governistas lembram ainda que, em meio a tudo isso, ainda haverá as eleições municipais de outubro, o que costuma reduzir o ritmo de atividades da Câmara e do Senado no segundo semestre do ano.

“O governo já manejou o Lira praticamente um ano e meio, dá para manejar pelos seis meses restantes”, afirmou à coluna uma influente liderança governista no Congresso.

Entre governistas, há também a avaliação de que o atual presidente da Câmara não pode esticar muito a corda, sob o risco de rompê-la de vez e atrapalhar a eleição de seu sucessor no comando da Casa.

Lira e a pauta econômica

Aliados do governo lembram ainda que, apesar da sua irritação, Lira sinalizou ao Planalto que seguirá apoiando projetos importantes da pauta econômica, entre eles, a regulamentação da reforma tributária.

Deputados próximos ao atual presidente da Câmara, contudo, ponderam que, mesmo apoiando as pautas, Lira pode não ter o mesmo empenho que teria para aprová-las, caso sua relação com o governo estivesse boa.

O próprio Lula, por sua vez, demonstra não estar muito preocupado com Lira. Tanto que, no mesmo dia em que o deputado criticou Padilha, Lula puxou o tema para si e afirmou que o ministro fica no cargo “só por teimosia”.

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