Governo evita falar em “retaliação” por votação dos Precatórios
Objetivo é mudar a posição de parlamentares da base aliada que não votaram favoravelmente à PEC na última quarta-feira
atualizado
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O placar apertado para aprovar a PEC dos Precatórios fez aliados do governo Jair Bolsonaro na Câmara evitarem falar em “retaliações” sobre parlamentares que não votaram a favor da proposta. Na ponta do lápis, nenhum voto pode ser descartado para a aprovação em segundo turno da PEC. A votação está marcada para a próxima terça-feira (9/11).
O líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), é um dos que tem pregado o diálogo ao ser questionado sobre parlamentares “traidores”. “Vamos conversar, argumentar (com os deputados da base que votaram contra a PEC)”, afirmou Barros à coluna.
A preocupação é especialmente com as “ausências”, parlamentares que não comparecerem ao Congresso na sessão. E que agora precisam estar presentes para o segundo turno.
“Tínhamos quase 60 deputados ausentes na votação, não vai acontecer isso na terça-feira, teremos um quórum maior”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) após reunião de líderes na quinta-feira (4/10).
Saiba o que são os precatórios.
Também há o temor de que PDT e PSB, dois partidos de oposição em que parte das bancadas votaram favoravelmente à PEC, entreguem menos votos no segundo turno. O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, decidiu suspender a pré-campanha em protesto aos votos da sigla.
A irritação da oposição com a PEC é o espaço no teto aberto não para o Auxílio Brasil, mas para as chamadas emendas do relator do Orçamento. Este tipo de emenda, conhecida também como orçamento secreto, tem sido usada pela base aliada para agraciar parlamentares governistas. E inundará de recursos o Centrão em pleno ano eleitoral.