G20: Brasil minimiza Argentina e vê avanço em três “temas prioritários”
Diplomacia brasileira minimiza resistência da Argentina em negociações do G20 e destaca avanço nos temas que Brasil elegeu como prioritários
atualizado
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Enviado especial ao Rio de Janeiro — O Brasil será o anfitrião, a partir desta segunda-feira (18/11), na capital fluminense, da 19ª cúpula dos chefes de Estado do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.
A diplomacia brasileira chega ao encontro minimizando a resistência da Argentina nas negociações para a declaração final dos líderes do bloco. Negociadores do Brasil ressaltam que o país conseguiu formar consensos nos três temas que elegeu como “prioritários”:
- Combate à fome e à pobreza;
- Reforma da governança global;
- Combate à mudança climática/apoio à transição energética.
O governo brasileiro também destaca o lançamento da “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, proposta pelo Brasil durante a presidência do G20 e que será oficialmente lançada durante a cúpula. Segundo diplomatas, a proposta será inaugurada com “grande adesão”.
A aliança, de acordo com o Itamaraty, tem como objetivo estabelecer uma espécie de acordo global para obter recursos e conhecimentos para a implementação de “políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a erradicação da fome e da pobreza no mundo”.
“A Aliança contra a Fome é a grande entrega da presidência. Vai ficar como legado”, diz um diplomata brasileiro de alto escalão que está a par do assunto.
Resistência da Argentina
Durante as negociações, a delegação da Argentina resistiu à proposta em defesa de taxação de grandes fortunas. Segundo os diplomatas brasileiros, os argentinos teriam dito se tratar de uma orientação da Presidência do país, atualmente chefiada pelo ultraliberal Javier Milei.
Negociadores do Brasil afirmam que, apesar da resistência da Argentina, a proposta da taxação dos super-ricos teve “ampla adesão”. Nesse cenário, a busca por uma solução sobre o tema ficará para o final do evento. A cúpula do G20 está prevista para acabar na terça-feira (19/11).
Fontes do Itamaraty afirmam que uma das possibilidades em avaliação seria a Argentina não assinar a declaração final da 19ª cúpula do G20, embora Milei tenha confirmado presença. Outra opção seria o país assinar o documento, mas deixar claro os pontos com os quais não concorda.
Há ainda, segundo apurou a coluna com fontes da diplomacia brasileira, pendências de “ajuste de linguagem” nos trechos da declaração final que envolvem a guerra entre Rússia e Ucrânia e outros conflitos no Oriente Médio, além de pautas de clima e energia.