G20: após 9 reuniões em 2019, Bolsonaro encontra só 2 líderes em 2021
Chefe do Executivo brasileiro reuniu-se com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann
atualizado
Compartilhar notícia
Enviado especial a Roma — O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve apenas duas reuniões bilaterais durante a cúpula de líderes do G20 de 2021, que ocorreu no último fim de semana em Roma, na Itália.
O número foi quatro vezes menor do que o chefe do Palácio do Planalto teve na última reunião presencial do bloco, em junho de 2019, no Japão. Em 2020, por causa da pandemia, o encontro foi virtual.
Nos dois dias do evento em Roma, Bolsonaro teve encontros bilaterais apenas com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.
No caso do chefe de Estado italiano, a reunião com Bolsonaro seguiu apenas o protocolo. Os anfitriões da cúpula do G20 costumam se encontrar com todos os líderes presentes no evento.
Em 2019, primeiro ano de seu governo, Bolsonaro teve ao menos nove reuniões bilaterais com líderes de Japão, França, Estados Unidos, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, Singapura, além de representantes da OCDE e do Banco Mundial.
Integrantes do Itamaraty ouvidos pela coluna sob reserva admitem que as poucas reuniões bilaterais podem ser um sinal de desprestígio. E ressaltam só ter visto situação semelhante com os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) durante o processo de impeachment da petista.
Ministros e auxiliares de Bolsonaro, por sua vez, minimizam. Argumentam que o presidente teve várias conversas informais durante a cúpula do G20 em Roma. Entre elas, uma com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
Reuniões bilaterais entre chefes de estado são marcadas com antecedência, duram mais tempo e, geralmente, têm pautas definidas. Já encontros informais costumam ser causais e rápidos.