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O que Filipe Martins disse em depoimento à PF

Em depoimento à PF, Filipe Martins negou ter atuado na redação de uma minuta que previa cancelamento das eleições e prisão de autoridades

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Filipe Martins
1 de 1 Filipe Martins - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Ex-assessor para Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro, Filipe Martins negou, em seu depoimento de duas horas à Polícia Federal, nesta quinta-feira (22/2), qualquer participação em uma suposta trama para deflagrar um golpe de Estado no Brasil.

Martins, que está preso desde o dia 8 de fevereiro, é um dos investigados por supostamente ter participado, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de diversos militares, das articulações para evitar a posse de Lula, vencedor das eleições de 2022.

Durante o depoimento, Martins disse à PF que não responderia as perguntas, pois sua defesa não teria tido acesso acesso à delação do tenente-coronel Mauro Cid, a qual embasou a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que levou a sua prisão.

O ex-assessor, porém, prestou esclarecimentos à Polícia Federal. Em sua fala, Martins negou, por exemplo, ter participado de reuniões que trataram do golpe e da redação de uma minuta que previa o cancelamento das eleições e a prisão de autoridades.

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Advogados Fabio Wajngarten e Paulo Bueno
General Walter Braga Netto
Walter Braga Netto é general e foi ministro do governo Bolsonaro
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Advogados Fabio Wajngarten e Paulo Bueno, que representam o ex-presidente Jair Bolsonaro

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Segundo a Polícia Federal, Martins teria participado da redação de uma minuta que previa a prisão de autoridades da República, entre elas, o próprio ministro Alexandre de Moraes e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

No relatório que enviou ao Supremo, a Polícia Federal também apontou que Martins esteve em reuniões no Palácio do Planalto e da Alvorada para discutir o suposto golpe. Em um desses encontros, o ex-assessor levou o jurista Amauri Feres Saad e um padre.

Martins nega viagem

À PF, Martins também negou que tenha saído do Brasil em 30 de dezembro de 2022, como passageiro no avião que levou Bolsonaro para Orlando, dias antes da posse de Lula no Palácio do Planalto. Ele disse que seu endereço sempre foi conhecido.

Os advogados João Vinícius Manssur, William Iliadis Janssen e Ricardo Scheffer, que estão à frente da defesa de Filipe Martins, divulgaram uma nota sobre o depoimento, na qual  dizem esperar a revogação da prisão preventiva do cliente. Confira na íntegra:

“O depoimento do Sr. Filipe Martins, como era de se esperar, foi claro e objetivo. Filipe está tranquilo, mas inconformado com a sua prisão, que julga precipitada e ilegal. Aguardamos agora a decisão referente ao requerimento de revogação da prisão preventiva, pontuando que essa só deve persistir em casos excepcionalíssimos, quando a liberdade em si for um risco, o que demonstrado não ser o caso de Filipe, sob pena de a medida se transmutar em um cumprimento antecipado de uma eventual e absolutamente incerta pena, que naturalmente só poderá ser determinada após o trânsito em julgado, e não antes, em respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência. Temos confiança que uma análise sóbria e técnica levará à sua colocação em liberdade.”

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