O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, recebeu três deputados bolsonaristas nessa quarta-feira (15/5), em Brasília, para tratar sobre uma investigação aberta a pedido do governo Lula para apurar disseminação de fake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul.

O encontro ocorreu na sede do ministério, a pedido do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). Além de Bilynskyj, participaram da audiência os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Caroline de Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Os bolsonaristas deixaram a reunião se dizendo satisfeitos com o que ouviram de Lewandowski. Duas falas do ministro da Justiça, em especial, animaram os parlamentares: a de que a Polícia Federal é “técnica” e a de que Lewandowski acredita na imunidade parlamentar.

Nos bastidores, os deputados bolsonaristas viram as falas como uma possível sinalização de que a PF pode arquivar a investigação sem indiciar parlamentares. “Senti que a PF deve arquivar. Lewandowski enfatizou bastante que a PF é técnica”, disse à coluna um dos parlamentares.

Ainda no encontro, segundo apurou a coluna, Lewandowski afirmou que o pedido para investigar parlamentares e cidadãos comuns por supostas fake news relacionadas à tragédia no Sul não partiu dele e que tinha o dever de encaminhar à PF, sob o risco de prevaricar.

O pedido de investigação, como se sabe, foi feito pelo ministro Paulo Pimenta, quando ele ainda comandava a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. O próprio Eduardo é um dos alvos do pedido de Pimenta, além do senador Cleitinho (Republicanos-MG) e vários influenciadores bolsonaristas.

Apesar da avaliação positiva dos bolsonaristas, interlocutores de Lewandowski garantem que ele não tem qualquer ingerência sobre a Polícia Federal, nem tem qualquer informação de que a corporação deverá pedir o arquivamento dessa investigação sobre fake news.