Ex-ministro do STF Celso de Mello reforça apoio a Lula no 2º turno
Em nota, ex-ministro Celso de Mello afirma que Lula é “a única opção ética e politicamente legítima” para as eleições presidenciais de 2022
atualizado
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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello reforçou, nesta quarta-feira (26/10), seu voto em Lula (PT) no segundo turno das eleições deste ano.
Em nota à qual a coluna teve acesso, o ex-magistrado afirma que o ex-presidente petista é a “a única opção ética e politicamente legítima” para o pleito.
Celso de Mello diz ainda que o presidente Jair Bolsonaro, adversário de Lula na eleição de domingo (30/10), terá o “destino infame reservado aos autocratas”.
“Com a sucumbência eleitoral de Bolsonaro, cumprir-se-á, quanto a ele, o destino infame reservado aos autocratas (que são os governantes que buscam, incessantemente, a expansão ilimitada de seus poderes), fortalecendo-se, como uma das consequências virtuosas e inevitáveis resultantes da derrota nas urnas do atual Presidente da República, o primado essencial da fórmula democrática”, afirmou ex-ministro.
A nota foi enviada por Celso de Mello por meio de integrantes do grupo Prerrogativas, responsável por organizar o “Ato em Defesa da Democracia” em apoio à candidatura de Lula.
O evento aconteceu na segunda-feira (24/10), em São Paulo, e reuniu políticos, artistas e juristas. Celso de Mello foi convidado, mas não pode comparecer ao ato.
O ex-ministro já havia declarado apoio a Lula no primeiro turno. Na ocasião, ele pediu apoio para o petista vencer o pleito sem necessidade de segundo turno, o que não ocorreu.
Leia a nota de Celso de Mello na íntegra:
Estou certo de que , para o bem do Brasil, em defesa da ordem constitucional e pela subsistência do regime democrático, prevalecerá, vitoriosa, com a derrota do candidato incumbente, a única opção ética e politicamente legítima: Lula!
Com a sucumbência eleitoral de Bolsonaro, cumprir-se-á, quanto a ele, o destino infame reservado aos autocratas (que são os governantes que buscam, incessantemente, a expansão ilimitada de seus poderes), fortalecendo-se, como uma das consequências virtuosas e inevitáveis resultantes da derrota nas urnas do atual Presidente da República, o primado essencial da fórmula democrática, que repudia, de um lado, realidades distópicas e mentes sombrias que celebram o obscurantismo e o retrocesso social, cultural, ambiental e institucional, cultivando o ódio, a mentira, o desvalor da alteridade, o medo , a intolerância e o sectarismo religioso como instrumentos inaceitáveis de ação política, e que rejeita , de outro, pretensões incompatíveis com o “ethos” que informa, ilumina e enriquece as sociedades civilizadas que se nutrem, continuamente, dentre outros valores, da liberdade, do pluralismo de ideias e opiniões, das diretrizes legitimadas pelo pensamento democrático e do respeito incondicional às instituições!!!
Torna-se necessário resistir, bem por isso , sempre pelos meios legítimos proporcionados pela nossa Carta Política, a quaisquer ensaios que visem a fragilizar, a desvalorizar e a transgredir a ordem constitucional!
Há que se ter sempre presente a grave advertência do saudoso e eminente Ministro Aliomar Baleeiro, do Supremo Tribunal Federal, em manifestação que recordava ao nosso País que, enquanto houver cidadãos dispostos a submeter-se e a curvar-se ao arbítrio e à prepotência do poder , sempre haverá vocação de ditadores…
Daí a significativa e vital importância do Poder Judiciário cujos magistrados saberão agir – como efetivamente têm agido – com independência, isenção e liberdade decisória, dispensando tutela efetiva aos direitos básicos da cidadania e preservando a integridade da ordem constitucional e a intangibilidade dos valores democráticos!”
(CELSO DE MELLO , Ministro aposentado e ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal , biênio 1997-1999)