Ex-assessor de Trump fica em silêncio em depoimento à PF, que o libera
Após assinar termo afirmando que não tinha nada a declarar, Jason Miller foi liberado pela Polícia Federal para voltar aos Estados Unidos
atualizado
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Detido na manhã desta terça-feira (7/9), em Brasília, para prestar depoimento à Polícia Federal, o empresário e ex-assessor do ex-presidente Donald Trump, Jason Miller, ficou em silêncio durante a oitiva.
Segundo apurou a coluna, Miller chegou a conversar com os agentes da PF no início da abordagem, mas, após a chegada de seus advogados, assinou um termo afirmando que não tinha nada a declarar.
Os advogados do ex-assessor de Trump alegaram que Miller ficaria em silêncio, pois nem ele nem a defesa tiveram acesso aos autos do inquérito que investiga o americano.
Mesmo que o investigado tenha permanecido em silêncio, a Polícia Federal liberou o americano para retornar aos Estados Unidos. O voo ainda não havia decolado até as 13h30 desta terça.
Como a coluna noticiou em primeira mão mais cedo, Miller foi detido pela PF no aeroporto da capital federal, quando estava prestes a embarcar em um jato particular de volta aos EUA, onde mora.
A PF queria ouvi-lo no local, no âmbito do Inquérito nº 4.874, que apura organização de atos antidemocráticos no Brasil. A ordem foi do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Integrantes do governo Jair Bolsonaro e da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília foram acionados para auxiliar Miller juridicamente. O aliado de Trump estava com três assessores, mas só o empresário foi ouvido.
Miller é fundador do Gettr, criado para levar Trump de volta às redes sociais, após o ex-presidente ser banido das grandes plataformas. O Gettr tem 2 milhões de seguidores, dos quais 13,5% são do Brasil.
Ele estava no Brasil para participar da Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac). Em Brasília, ele se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o ex-chanceler Ernesto Araújo.