metropoles.com

Equipe econômica também pede a cabeça do presidente da Petrobras

Segundo membros do Ministério da Economia, o ministro Paulo Guedes tem dois nomes que gostaria que assumisse o comando da estatal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
Joaquim Silva e Luna
1 de 1 Joaquim Silva e Luna - Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

Membros da equipe econômica têm engrossado, nos bastidores, o coro de integrantes da ala política do governo em defesa da demissão do atual presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna.

A gota d’água para o estremecimento da relação se deu em meio ao debate para o mais recente reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela estatal em 10 de março.

Em conversas reservadas, auxiliares do ministro Paulo Guedes acusam o atual comando da petrolífera de faltar com a verdade ao justificar o aumento de combustíveis alegando ameaça de desabastecimento.

O risco foi apontado por Silva e Luna numa reunião com Guedes e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Palácio do Planalto em 8 de março, dois dias antes do anúncio do reajuste.

Integrantes da equipe econômica argumentaram à coluna terem consultado as distribuidoras de gasolina e diesel, as quais teriam negado esse suposto risco de desabastecimento.

Há também críticas ao fato de Silva e Luna, na visão de membros da equipe econômica, ser supostamente contra medidas que ampliam a concorrência e favorável a criação de subsídios pelo governo aos combustíveis.

Petrobras nega

Em nota à coluna, a Petrobras negou que a “empresa tenha defendido a criação de subsídios”. A estatal também argumentou que “o potencial de risco” de desabastecimento foi “avaliado” de forma “proativa”.

“Ainda que a Petrobras não tenha a informação completa, uma vez que a empresa não é a única fornecedora de combustíveis no mercado nacional, o potencial risco foi avaliado pela Petrobras de forma proativa e, após contatos com empresas que atuam diretamente nos segmentos de refino, distribuição e logística de combustíveis, além de declarações públicas de representantes do setor, a mitigação desse risco foi levada em conta”, sustentou a petrolífera em nota.

A Petrobras defendeu ainda que sua atuação segue parâmetros que “contribuem para o fortalecimento de um mercado cada vez mais competitivo” e que apoia o desenvolvimento dos mercados.

Guedes defende a troca

Segundo membros do Ministério da Economia, em reuniões fechadas na pasta nas últimas semanas, o próprio Guedes já se posicionou a favor da troca no comando da petrolífera.

Auxiliares ressaltam que o ministro tem uma indisposição com o atual presidente da estatal desde que ele assumiu, pois nunca engoliu a demissão de Roberto Castello Branco, antecessor de Silva e Luna.

Castello Branco havia sido indicado ao cargo pelo ministro da Economia ainda no início do governo, mas acabou demitido em fevereiro de 2021 por ordem direta do presidente Jair Bolsonaro.

Guedes nega publicamente, mas ele já fez chegar ao Palácio do Planalto duas opções de nomes que gostaria que assumisse o comando da Petrobras. Ambos secretários de seu ministério.

Um deles é Caio Paes de Andrade, secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. O outro, Marcelo Guaranys, secretário-executivo do ministério.

8 imagens
Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)
No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis
Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível
1 de 8

O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer

Getty Images
2 de 8

Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)

Getty Images
3 de 8

No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo

Getty Images
4 de 8

O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis

Getty Images
5 de 8

Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado

Getty Images
6 de 8

A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível

Getty Images
7 de 8

O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual

Getty Images
8 de 8

A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel, e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis

Getty Images

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comIgor Gadelha

Você quer ficar por dentro da coluna Igor Gadelha e receber notificações em tempo real?