Integrantes do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro comemoraram o que consideram como uma mudança de tom no discurso eleitoral do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

O elogio se deve a uma entrevista à Rádio Eldorado, na qual o prefeito diz claramente que gostaria do apoio de Bolsonaro e que seria importante unir o “centro e a direita” para vencer Guilherme Boulos (PSol) em 2024.

Na entrevista, o prefeito também tenta vincular Boulos, que lidera as pesquisas de intenção de voto na disputa municipal, ao ao grupo terrorista palestino Hamas, responsável pelos recentes ataques a Israel.

“Acho que é importante ter o apoio do presidente Bolsonaro, da direita. A união do centro e da direita para a gente vencer a extrema esquerda. Agora, como é que vai ser, se ele vai participar, se não vai. Eu gostaria. A gente tem que fazer uma ação aqui de união do centro e da direita, que é o perfil do grande eleitor aqui da cidade. O que a cidade de São Paulo não aceita, e o que é que demonstra o histórico, é que não tem tendência para extremos. Extrema direita, extrema esquerda. Em 2012, o (Fernando) Haddad foi eleito com apoio da direita, com apoio do (Paulo) Maluf. O Haddad sendo de esquerda se posicionou como alguém de centro”, afirmou Nunes na entrevista, na segunda-feira (23/10).

Das críticas ao elogio

Um dos que elogiou a fala do prefeito foi Fabio Wajngarten, advogado e estrategista de comunicação de Bolsonaro. Wajngarten é um dos principais entusiastas no bolsonarismo de uma aliança do PL com Nunes.

Até então, o prefeito vinha sendo criticado por aliados de Bolsonaro, por priorizar um discurso político-eleitoral menos belicoso e por tentar esconder a aliança com o ex-presidente.