Em relatório, PF indica que Bolsonaro sabia do plano para matar Lula
Fontes da PF ouvidas pela coluna afirmam que a corporação teria elementos que apontam que Jair Bolsonaro sabia do plano para matar Lula
atualizado
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A Polícia Federal aponta no inquérito do golpe, cujo sigilo foi retirado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26/11), que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria conhecimento do plano para matar o presidente Lula envenenado.
Segundo fontes da PF ouvidas pela coluna, a corporação teria elementos que indicam que Bolsonaro sabia do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes em 2022.
De acordo com essas fontes, teriam sido colhidos registros de entradas de visitantes do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, além de troca de mensagens de militares e integrantes do governo Bolsonaro.
“As evidências colhidas, tais como os registros de entrada e saída de visitantes do Palácio do Alvorada, conteúdo de diálogos entre interlocutoresde seu núcleo próximo, an álise de ERBs, datas e locais de reuniões, indicam que JAIR BOLSONARO tinha pleno conhecimento do planejamento operacional (Punhal Verde e Amarelo), bem como das ações clandestinas praticadas sob o codinome Copa 2022”, diz o trecho do relatório.
Na semana passada, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, chegou a dizer que o militar teria afirmado à PF que o ex-presidente sabia do plano. O advogado de Cid, porém, recuou da declaração.
Bolsonaro nega
Ao chegar a Brasília nessa segunda-feira (25/11) após uma viagem de uma de semana de férias pelo litoral de Alagoas, Bolsonaro negou que tivesse conhecimento de um plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
“Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, eu ia falar: ‘Tá, tudo bem, e o after day? E o dia seguinte, como é que fica? Como é que fica o mundo perante nós?”, defendeu-se o ex-presidente ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília.
Bolsonaro ainda afirmou que não houve avanços nos supostos planos e defendeu sua atuação. “No meu entender, nada foi iniciado. Não podemos começar agora a querer punir o crime de opinião, ou o crime de pensamento”, declarou.