Dívida com João Santana afeta caixa do PT em pleno ano eleitoral
PT foi obrigado a pagar ao atual marqueteiro de Ciro Gomes (PDT) dívida referente à campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff
atualizado
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Embora receba a segunda maior fatia do fundo partidário, o PT deu início, nas últimas semanas, a uma campanha de arrecadação de recursos para ajudar a bancar as despesas do partido nesse ano eleitoral.
Segundo dirigentes petistas, o partido enfrenta uma “penúria” em suas contas. Parte disso deve-se a multas eleitorais e dívidas anteriores que a legenda foi obrigada a pagar em 2022. Uma delas é com o marqueteiro João Santana.
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Responsável pelo marketing da campanha de Ciro Gomes (PDT) em 2022, Santana cobrou do PT na Justiça cerca de R$ 4 milhões (em valores não corrigidos) por serviços prestados na campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff.
Fontes da direção do PT dizem que, por decisão judicial, praticamente todo o dinheiro do fundo partidário que entra mensalmente tem sido destinado para pagar a divida com Santana, que, corrigida, ultrapassa R$ 6 milhões.
A legenda, no entanto, está recorrendo judicialmente para tentar parcelar o pagamento da dívida que tem com o marqueteiro. Segundo dirigentes petistas, até esta quarta-feira (29/6), o partido ainda não havia obtido sucesso com o recurso.
Portal da transparência
A situação ruim das contas do diretório nacional do PT está exposta no portal da transparência do TSE. Até quarta-feira, as despesas da sigla ( R$ 33,1 milhões) superavam suas receitas (R$ 29,7 milhões) em mais de R$ 3 milhões.
Diante dessa situação, o partido promoveu nos últimos 30 dias uma campanha de arrecadação de recursos. Segundo dirigentes petistas, já foram arrecadados mais de R$ 3,5 milhões com doações de empresários e advogados.
Até agora, a receita do partido tem sido composta pelas cotas do fundo partidário e por doações privadas. Os cerca de R$ 500 milhões do fundo eleitoral a que a legenda terá direito só entrarão no caixa após as convenções partidárias.