Deputados cobram ministro de Lula por flertes do PDT com PL no Ceará
Deputados do PDT têm cobrado ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que se posicione sobre o racha do partido no Ceará
atualizado
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Deputados do PDT têm cobrado que o presidente da sigla e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, sobre o racha do partido na eleição municipal de Fortaleza, no Ceará, um dos estados na qual a sigla é mais forte.
A legenda está dividida desde o começo da eleição, no entanto, as divergências aumentaram após o 1º turno, quando o candidato do PDT, José Sarto, ficou de fora da disputa.
Desde então, dirigentes do PDT atuam publicamente — e nos bastidores — para apoiar o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro, André Fernandes (PL), para a prefeitura da cidade.
Quadros importantes da sigla no estado, como o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio endossaram o apoio ao deputado. Na terça-feira, por exemplo, Roberto Claudio esteve em um evento organizado por André Fernandes, o “Bloquinho 22”.
Outra parte da sigla, especialmente deputados federais e estaduais, ainda estão com o candidato de Lula, Evandro Leitão (PT), e criticam a postura dos colegas de partido.
Os deputados afirmam, em reservado, que Roberto Claudio e o ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República Ciro Gomes estão fugindo do campo ideológico mais coerente com o partido.
Os integrantes do PDT também criticam Lupi por “lavar as mãos” na eleição em Fortaleza. Lupi, que é ministro de Lula desde o início do governo, não entrou em campo até o momento para ajudar Leitão na disputa.
Um parlamentar ouvido pela coluna disse que Lupi mostra “não ter nenhum tipo de fidelidade ideológica” e dizem que o ministro é negligente com a situação. Outro deputado afirma ainda que o ministro ajuda a “acabar o partido”.
Racha e debandada de integrantes
Segundo interlocutores, o PDT deve passar por um verdadeiro processo de “debandada” dos integrantes por causa das intensas divergências que tomaram conta do partido nos últimos tempos.
Os parlamentares afirmam que ao menos dez deputados estaduais podem deixar a sigla e outros quatro federais também devem sair na próxima janela partidária. Hoje, a legenda tem apenas 18 parlamentares na Câmara em Brasília.