Delegado da PF manda US$ 10 mil por engano em mala com doações ao RS
Equipe de deputado encontrou US$ 10 mil em uma mala com doações ao RS e descobriu que dinheiro foi enviado por delegado aposentado da PF
atualizado
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A equipe de um parlamentar gaúcho encontrou cerca de US$ 10 mil em espécie dentro de uma mala com doações enviadas aos desabrigados das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.
O montante foi encontrado pela equipe do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS) quando fazia a triagem de doações articuladas pelo tucano para a cidade de Pelotas (RS), reduto eleitoral do parlamentar.
À coluna, Daniel contou que os dólares estavam dentro de uma mala da marca de cigarros Malboro (veja imagens abaixo). Na sacola, foram encontradas ainda cartas, documentos e fotos pessoais do dono.
Os documentos ajudaram o parlamentar a encontrar o proprietário da mala. O dono da pequena fortuna é o delegado aposentado da Polícia Federal Mário Cassiano Dutra, de 77 anos de idade.
Morador da cidade de Santos (SP), o delegado é um dos fundadores da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) e já ocupou cargos de direção na PF em Brasília.
“Nem lembrava”, diz delegado
Em conversa com a coluna na tarde desta segunda-feira (11/6) mediada por Daniel Trzeciak, o delegado afirmou que guardava os dólares há anos para viajar à Europa quando se aposentasse.
“Esse dinheiro eu estava guardando há mais de 15 anos para viajar a Europa quando eu me aposentasse. Acho que coloquei dentro dessa bolsa e esqueci. Nem lembrava”, afirmou Dutra.
O delegado contou que sua ideia era trocar os dólares por euros ou outra moeda aceita em países da Europa quando decidisse o destino da viagem, que acabou não acontecendo.
Dutra admitiu que enviou o dinheiro por engano, e não como doação para o Rio Grande do Sul. Agora, ele debate com o deputado gaúcho como irá buscar os US$ 10 mil em Pelotas.
Quando tiver com o dinheiro em mãos, Dutra promete doar uma parte. A outra parte ele afirma que usará para curtir o “restinho da vida”. “Viajar não vou com essa idade”, diz.
Polêmica na Ditadura Militar
O delegado acumula polêmicas durante o período da Ditadura Militar. Ele foi acusado pelo advogado Nélio Andrade de ter atuado como torturador da PF durante o regime, o que Dutra nega.
“Esse Nélio não gostava de mim, porque ele era advogado de pessoas inconvenientes. Ele, então, se revoltou e fazia essas denúncias infundadas”, afirma o delegado.