Defesa revogará medalha a sargento que tentou reaver joias de Bolsonaro
Após coluna revelar o fato, Ministério da Defesa decide revogar portaria que concede medalha a sargento que tentou reaver joias de Bolsonaro
atualizado
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O Ministério da Defesa informou à coluna, na tarde desta terça-feira (28/3), que vai revogar à medalha concedida ao primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva.
Trata-se do militar que foi destacado por Jair Bolsonaro para tentar reaver as joias dadas pela Arábia Saudita ao ex-presidente e que acabaram apreendidas pela Receita Federal.
A decisão da pasta veio após a coluna revelar que o Ministério havia incluído o nome de Jairo numa lista de 196 militares e personalidades civis agraciadas com a chamada “Medalha da Vitória”.
Segundo informações do site da pasta, a honraria é concedida àqueles que contribuíram para “difusão dos feitos dos ex-combatentes durante a Segunda Guerra Mundial”.
“O Ministério da Defesa informa que revogará a portaria GM-MD número 1.811, de 27 de março de 2023, que trata da lista de agraciados com a Medalha da Vitória, por conter indicações propostas por autoridades não relacionadas no artigo 7º do regulamento da Medalha da Vitória.”, informou a pasta à coluna, em nota.
Indicação da Presidência
Sob reserva, fontes do Ministério da Defesa informaram que a indicação do nome do Jairo para a medalha havia sido feita pela Presidência da República durante o governo Bolsonaro.
O artigo 7º do regulamento da Medalha da Vitória, no entanto, não prevê o presidente da República no rol de autoridades que podem sugerir indicados para a honraria.
Histórico
No governo Bolsonaro, o sargento trabalhou na Ajudância de Ordens do então presidente. Após a posse de Lula, o militar foi designado para ficar “à disposição” do Ministério da Defesa.
Em portaria do dia 15 de março, no entanto, a pasta devolveu Jairo para a Marinha, como noticiou a coluna. Segundo auxiliares de José Múcio, embora estivesse à disposição, Jairo nunca chegou a trabalhar de fato na pasta.