Defesa diz ao TSE não se sentir prestigiada em discussão sobre urna
Em ofício enviado para o TSE, general Paulo Sérgio diz que Forças Armadas não estão se sentindo “prestigiadas” em grupo de transparência
atualizado
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O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, enviou novas considerações sobre as urnas eletrônicas ao TSE na tarde desta sexta-feira (10/6). No ofício, obtido pela coluna, o general manda uma série de recados para a Corte.
No trecho mais forte, Nogueira chega a afirmar que as Forças Armadas não estão se sentindo “devidamente prestigiadas” por seu trabalho no grupo de transparência das eleições criado pelo tribunal.
“Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE”, assinala Nogueira no ofício.
O documento representa novo capítulo das divergências entre a Justiça Eleitoral e os militares, convidados pelo então presidente do TSE, Edson Fachin, para participar da chamada Comissão de Transparência Eleitoral (CTE).
Desta vez, além de enviar novas sugestões, que não foram divulgadas até o momento, o ministério faz uma série de reclamações. Em especial, sobre a forma com que o TSE conduz os debates a respeito da segurança do pleito.
Nogueira diz que a Justiça Eleitoral parece não querer “aprofundar” a discussão “técnica” sobre a segurança das urnas eletrônicas, principal reclamação do presidente Jair Bolsonaro.
“Até o momento, não houve a discussão técnica mencionada, não por parte das Forças Armadas, mas pelo TSE ter sinalizado que não pretende aprofundar a discussão”, afirma.
No ofício, o ministro ainda pede novas rodadas de discussões entre as equipes técnicas dos militares e do TSE. “Reitero que as sugestões propostas pelas Forças Armadas precisam ser debatidas pelos técnicos”, sustenta.
Observadores internacionais
Nogueira também trata da vinda de observadores internacionais como garantia de segurança no pleito. No ofício, ele diz que a medida “não basta” por causa do caráter eletrônico da eleição brasileira.
“Destaca-se que, por se tratar de uma eleição eletrônica, os meios de fiscalização devem se atualizar continuamente, exigindo pessoal especializado em segurança cibernética e de dados. Não basta, portanto, a participação de ‘observadores visuais’, nacionais e estrangeiros, do processo eleitoral”, afirma.
No fim, o general diz que não interessa “concluir o pleito eleitoral sob a sombra de desconfiança dos eleitores”.
“Por fim, encerro afirmando que a todos nós não interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores. Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de respeito aos eleitores”, salienta.
Confira na íntegra o documento:
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