Cúpula do GSI admite não ter exonerado bolsonaristas antes de invasões
Cúpula do GSI reconhece que servidores bolsonaristas podem ter escapado das demissões antes das invasões golpistas do domingo (8/1)
atualizado
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Integrantes da cúpula do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) admitiram à coluna, sob reserva, que alguns servidores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro podem não ter sido exonerados da pasta antes das invasões golpistas ocorridas no domingo (8/1) em Brasília.
Desde os atos terroristas, ministros civis do governo Lula têm levantado suspeitas de que integrantes do GSI, pasta responsável pela segurança predial do Palácio do Planalto, foram coniventes com os invasores. Nesta quinta-feira (12), o próprio Lula disse estar convencido que “alguém facilitou” a entrada dos vândalos.
No governo Bolsonaro, o GSI era comandado pelo general Augusto Heleno, homem de confiança do presidente e que ficou os quatro anos da gestão no cargo. Com a posse de Lula, o ministério passou para as mãos do também general Gonçalves Dias, que tem ordenado exonerações.
Interlocutores de GDias, como é conhecido o novo ministro, estimam que mais de 160 servidores do GSI que eram alinhados a Bolsonaro já foram dispensados desde a posse de Lula. Mesmo assim, eles reconhecem que bolsonaristas podem ter passado despercebidos.
“Não vem escrito na testa”, tem dito o próprio GDias a aliados, em conversas reservadas.
A coluna, porém, contabilizou apenas seis dispensas publicadas no Diário Oficial da União entre o início do governo Lula até o último dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso Nacional foram invadidos por bolsonaristas golpistas.
Outras sete servidores tiveram suas dispensas publicadas no Diário Oficial da União de 9 de janeiro até hoje, ou seja, após as invasões terroristas. Segundo fontes do GSI, um novo pente fino vem sendo feito entre os militares da Presidência desde os atos de vandalismo.