metropoles.com

Cúpula da Abin de Lula balança no cargo após relatório da PF

Situação do número 2 da Abin, Alessandro Moretti, é considerada mais delicada, após ele ter sido citado nominalmente no relatório da PF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Carro da Policia Federal em frente a A sede da Abin, em Brasília
1 de 1 Carro da Policia Federal em frente a A sede da Abin, em Brasília - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O relatório da Polícia Federal apontando “possível conluio” da atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com investigados no esquema de monitoramento ilegal de autoridades pela agência durante o governo Bolsonaro foi muito mal recebido no Palácio do Planalto.

Sob reserva, auxiliares do presidente Lula e integrantes da Casa Civil, pasta à qual a Abin está vinculada, afirmam que a revelação é grave e tornou praticamente “insustentável” a permanência do atual diretor da agência, Luiz Fernando Corrêa, e de seu número dois, Alessandro Moretti, na pasta

“Não dá para segurar. Tem que ser que nem o G. Dias”, afirmou à coluna, sob reserva, um ministro do governo, citando o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias, demitido após vir à tona um vídeo dele andando pelo Planalto durante as invasões golpistas do 8 de Janeiro.

A situação de Moretti é considerada ainda mais delicada que a de Luiz Fernando. Segundo o relatório da PF, em uma reunião com investigados no caso, Moretti teria dito que a apuração seria “fundo político e iria passar”. “Não é a postura esperada de delegado”, diz o documento.

No relatório, a PF afirma ainda que houve, após o início das investigações, uma estratégia da direção-geral da Abin para “tentar acalmar a turma”. Segundo o documento, a “revolta do investigado” com o avanço da investigação fez a atual direção da Abin “construir uma estratégia em conjunto”.

Moretti, vale lembrar, enfrenta resistências no governo Lula desde quando foi escolhido para o cargo. O motivo seria o fato de ele ter sido diretor de Inteligência na PF no último ano do governo Bolsonaro e número 2 de Anderson Torres na Secretaria de Segurança do Distrito Federal.

Rui Costa cobra explicações

Ao longo da quinta-feira (25/1), dia em que o ministro do STF Alexandre de Moraes levantou sigilo do relatório da PF, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, teve uma série de conversas sobre o assunto com outros integrantes do governo. Rui também cobrou explicações a membros da atual cúpula da Abin.

A decisão final, porém, só será tomada após uma conversa do chefe da Casa Civil com Lula prevista para esta sexta-feira (26/1). O presidente até chegou a ser informado sobre o assunto na quinta, mas viajou para São Paulo no fim da tarde e só retornou a Brasília no fim da noite.

Pressão por demissão

Fora do governo, aliados de Lula prometem intensificar a pressão para que a atual cúpula da Abin seja demitida. Integrantes do Prerrogativas, grupo de advogados próximo ao presidente, também vão pedir que Moretti e Luiz Fernando sejam investigados pela CGU.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comIgor Gadelha

Você quer ficar por dentro da coluna Igor Gadelha e receber notificações em tempo real?