Cotados para líder do governo no Senado copiam “silêncio” de Anastasia
Senadores cotados para substituir Fernando Bezerra (MDB-PE) na liderança do governo no Senado evitam se colocar como candidatos ao posto
atualizado
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Três nomes despontam na bolsa de apostas como mais cotados para substituir o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) na liderança do governo no Senado: Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Wellington Fagundes (PL-MS).
Em comum, além da proximidade com o governo, todos estão seguindo o exemplo de Antonio Anastasia (PSD-MG) na recente disputa para o Tribunal de Contas da União (TCU). Dizem que, no momento, a melhor estratégia é manter o silêncio e não se colocar explicitamente como candidato ao cargo.
Ao seu estilo mineiro, Anastasia venceu disputa contra o próprio Bezerra e Kátia Abreu (PP-TO) sem fazer grandes movimentos e declarações públicas. Nos bastidores, porém, trabalhou desde cedo para dar sustentação para sua vitória. Acabou vencedor com 52 votos, em um universo de 78 senadores.
Colabora com o silêncio dos candidatos o fato de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpre agenda em São Paulo nesta quarta-feira (15/12), dia em que Bezerra anunciou pelas redes sociais ter entregado a liderança do governo no Senado horas após alcançar apenas 7 votos na disputa pelo TCU.
Por enquanto, os senadores mais cotados para assumirem a liderança do governo na Casa afirmam que não há nenhuma conversa ou sondagem para assumir o posto de Bezerra. Mas fazem questão de dizer se sentirem “honrados” em terem seus nomes citados pela imprensa como favoritos ao cargo.
O posto de líder de governo é uma escolha do presidente da República. Senadores governistas acreditam que Bolsonaro não deixará o cargo vago por muito tempo e indicará um nome até a próxima semana, mesmo com o início do recesso parlamentar. Os trabalhos do Congresso só voltam em fevereiro.
Fernando Bezerra Coelho ocupava a liderança do governo no Senado desde o início do governo Bolsonaro, ou seja, há quase três anos. Chegou a resistir no cargo após uma busca e apreensão da Polícia Federal em seu gabinete, em setembro de 2019.
Bezerra entregou o posto após se sentir “traído” pelo governo em sua tentativa de ser o nome do Senado ao TCU. Como mostrou a coluna, o emedebista de Pernambuco afirmou a aliados que um “movimento” de véspera do Planalto na disputa o irritou bastante.