Contrariado com governo Bolsonaro, setor faz aceno a Sergio Moro
Setor de combustíveis ficou incomodado com MP do governo que liberou postos bandeirados a venderem gasolina de outras marcas
atualizado
Compartilhar notícia
Contrariadas com governo Jair Bolsonaro desde a chamada Medida Provisória (MP) dos Combustíveis, as grandes distribuidoras de combustíveis decidiram fazer um aceno a um dos principais adversários políticos do presidente da República: o ex-juiz Sergio Moro.
Na última sexta-feira (11/12), representantes de empresas como Raízen (Shell), Ipiranga e Vibra (antiga BR Distribuidora) se reuniram com Moro para discutir as demandas do setor. Presidenciável do Podemos, o ex-juiz prometeu ao soluções sem “gambiarras”.
O encontro ocorreu pouco mais de quatro meses após o governo Bolsonaro editar, em agosto, uma MP que acabava com a obrigação de postos bandeirados (com a marca de grandes distribuidoras) venderem apenas produtos dessas empresas.
A regra, porém, acabou caindo quando a medida provisória foi votada no Congresso Nacional, no final de novembro. Durante a votação, parlamentares aprovaram uma sugestão do PT para retirar da MP o trecho que liberava a “bomba branca”.
O setor, vale lembrar, tem relação com o ex-juiz desde abril de 2020, quando alçou o general da reserva Guilherme Theophilo como CEO do Instituto Combustível Legal, uma das principais entidades que faz o lobby das distribuidoras.
E quem é Theophilo? O general da reserva foi secretário nacional de Segurança Pública na gestão Sergio Moro no Ministério da Justiça. O militar foi exonerado do cargo logo que o André Mendonça assumiu o comando da pasta como substituto do ex-juiz da Lava Jato.
Temos que pensar na redução do preço dos combustíveis de forma definitiva, sem gambiarras. Na reunião com distribuidores de combustíveis, na Fecombustíveis, falamos sobre como melhorar a logística, a distribuição e simplificar a cadeia de impostos. pic.twitter.com/AARTypvs50
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 10, 2021