Contra Marinho, Guedes e Faria articularam ida de Ciro para Casa Civil
A coluna apurou que, nas negociações, o presidente Jair Bolsonaro chegou a oferecer ao general Ramos a opção de assumir uma embaixada
atualizado
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A articulação para levar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil foi liderada, nos bastidores, por dois ministros do governo: Paulo Guedes, da Economia, e Fábio Faria, das Comunicações.
Os dois se uniram para evitar que um inimigo político em comum fosse promovido pelo presidente Jair Bolsonaro para a Casa Civil: o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Bolsonaro decidiu sacar o general Luiz Eduardo Ramos da Casa Civil após caciques do Centrão, entre eles, o próprio Ciro Nogueira, intensificarem as reclamações contra o militar.
Nogueira, particularmente, ficou irritado com a autorização de um empréstimo de R$ 800 milhões do Banco do Brasil para o Piauí, estado governado por Wellington Dias (PT), adversário do presidente do Progressistas.
Com a decisão de tirar Ramos, alguns auxiliares de Bolsonaro tentaram convencer o presidente a transferir Marinho para a Casa Civil. Foi aí que os ministros da Economia e das Comunicações resolveram se unir.
Ambos são adversários de Marinho. Guedes, por divergências na área econômica. Faria disputa com Marinho o apoio de Bolsonaro ao Senado, pelo Rio Grande do Norte, em 2022.
Para evitar que Marinho fosse promovido, Guedes e Faria sugeriram a Bolsonaro o nome de Ciro Nogueira. Para isso, o chefe da equipe econômica topou, até mesmo, perder o controle das políticas de Emprego e Renda.
Para abrigar Ramos na Secretaria-Geral da Presidência, Bolsonaro decidiu recriar o Ministério do Trabalho a fim de alojar Onyx Lorenzoni, atual titular da Secretaria-Geral.
A coluna apurou que o presidente da República chegou a oferecer a Ramos a opção de assumir alguma embaixada do Brasil no exterior. O general, no entanto, não topou.
Para além de evitar uma promoção de Marinho, Faria defendeu a nomeação de Nogueira sob o argumento de que ela deve ajudar a melhorar a relação do governo no Senado, hoje muito ruim.