Como o TCU viu depoimento à CPI do auditor que fez relatório paralelo
Ministros e auditores do tribunal preveem que Alexandre Marques não será poupado no processo disciplinar interno aberto pela Corte
atualizado
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Integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) que assistiram ao depoimento do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques à CPI da Covid-19 avaliaram que as explicações dadas por ele aos senadores “pareceram verdade”, embora um “pouco romantizadas”.
Mesmo com essa avaliação, ministros e outros auditores da Corte de contas preveem que Silva Marques não será poupado no processo disciplinar aberto pelo TCU para apurar a conduta do servidor. “Ele expôs demais o tribunal”, justificou à coluna um integrante da Corte.
Ministros do TCU lembram que a comissão que apura a conduta de Silva Marques é formada por outros três auditores do tribunal considerados “linha duríssima”. O colegiado vai sugerir uma punição ao auditor, mas a palavra final caberá à Corregedoria da Corte de Contas.
No depoimento concedido à CPI na terça-feira (17/8), Silva Marques admitiu ter produzido relatório paralelo apontando suposta supernotificação de casos de Covid-19 no Brasil. Ele contou que teria sido seu pai, Ricardo Silva Marques, que enviou o documento ao presidente Jair Bolsonaro.
O auditor afirmou ainda que enviou o relatório ao pai sem identificação do TCU. Segundo ele, integrantes do Palácio do Planalto teriam adulterado o documento, incluindo o selo do tribunal, que constitui característica normalmente usada em relatórios oficiais da Corte.