Como Ciro Gomes pretende lidar com o tema aborto durante a campanha
Equipe do candidato do PDT à Presidência da República o orientou a evitar tratar do assunto publicamente
atualizado
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Oficializado candidato do PDT ao Palácio do Planalto nesta semana, o ex-ministro Ciro Gomes pretende evitar um dos temas caros, e polêmicos, à esquerda durante a campanha.
Apesar do aceno que o pedetista pretende fazer ao eleitorado feminino, aliados do presidenciável dizem que ele não deve tocar no assunto aborto durante a eleição.
A estratégia foi decidida por dirigentes do PDT e integrantes da equipe que elabora o plano de governo do presidenciável. O próprio documento não deve fazer menção ao assunto.
A avaliação de membros da campanha de Ciro é de que, mesmo entre a esquerda, o pedetista tende a perder, e não a ganhar votos, ao defender a descriminalização do aborto.
Durante a pré-campanha o tema foi abordado pelo ex-presidente Lula. O petista defendeu publicamente a descriminalização da prática, o que lhe rendeu críticas até de aliados.
Bandeira
Aliados de Ciro ressaltam que o “voto de silêncio” sobre o aborto na campanha não significa que mudanças na legislação não serão defendidas pelo presidenciável, caso ele seja eleito.
A descriminalização do aborto é uma das bandeiras da ala feminina do PDT. Hoje o procedimento só é permitido no Brasil em casos de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia do feto.
O tema tem mobilizado grupos de esquerda por toda América do Sul. Em países como a Argentina e Colômbia, movimentos progressistas lideraram protestos que levaram a mudanças nas leis locais sobre o tema.