Ciro Nogueira contraria bolsonaristas e vota pela intervenção no DF
Em sua volta ao Senado, o ex-ministro de Bolsonaro Ciro Nogueira votou a favor da intervenção federal de Lula no Distrito Federal
atualizado
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Em sua primeira votação após retornar ao Senado, o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro Ciro Nogueira (PP-PI) foi na contramão da bancada bolsonarista na Casa.
Contrariando os colegas, Ciro votou, nesta terça-feira (10/1), para chancelar o decreto de intervenção federal na área da segurança pública do Distrito Federal assinado por Lula após as invasões golpistas.
A votação foi simbólica, mas o ex-ministro da Casa Civil confirmou à coluna ter se posicionado a favor do decreto, apesar de ter deixado o plenário do Senado pouco antes da hora da votação.
Ciro, vale lembrar, é presidente nacional do Progressistas. Trata-se do partido da governador em exercício do DF, Celina Leão, que assumiu o posto após o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB).
O ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro Ciro Nogueira voltou ao Senado nesta terça-feira (10/1) para votar o decreto de intervenção federal de Lula. Ganhou um abraço de Randolfe Rodrigues. @igorgadelham @Metropoles pic.twitter.com/ZoWrh5gfkv
— Gustavo Zucchi (@gustzucchi) January 10, 2023
Na votação, parlamentares bolsonaristas, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) , Carlos Portinho (PL-RJ) e Zequinha Marinho (PL-PA), anunciaram posição contrária ao decreto.
Também votaram contra a intervenção os senadores Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Carlos Viana (PL-MG), Eduardo Girão (Podemos-CE), Plínio Valério (PSDB-AM) e Styvenson Valentim (Podemos-RN).
Gesto de aproximação?
Apesar do voto favorável do presidente do PP de Ciro Nogueira ao decreto da intervenção, o PT no Senado não acredita em uma aproximação imediata do senador com o governo Lula.
À coluna, o líder do governo na Casa Legislativa, senador Jacques Wagner (BA), afirmou que será necessário um período de “maturação” nas conversas entre PP e PT.
Além disso, Wagner ressaltou que votar pelo decreto não seria um gesto de oposição ao antigo governo, já que, segundo alega Bolsonaro, não houve envolvimento da antiga gestão nos atos de domingo.
“Votar contra o decreto por isso seria como vestir uma carapuça”, afirmou Wagner. “Acredito que quem votou contra tenha outras questões para isso, como jurídicas”, emendou.