Chanceler manda embaixador do Brasil no Equador interromper férias
Mesmo em meio à escalada da crise, embaixador do Brasil no Equador tinha resolvido seguir de férias, o que gerou críticas no Itamaraty
atualizado
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Em meio à escalada da violência no Equador, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, instruiu o embaixador do Brasil em Quito, Pompeu Andreucci Neto, a interromper as férias e retornar ao trabalho.
A instrução — considerada, na prática, como uma ordem do chanceler — foi dada nesta quinta-feira (11/1), após Pompeu não paralisar as férias por conta própria, mesmo em meio à escalada da crise no país vizinho.
A postura do diplomata foi alvo de críticas no Itamaraty. A avaliação é de que ele deveria ter tomado a iniciativa de voltar ao trabalho imediatamente, como a maioria dos embaixadores costuma fazer.
Integrantes do Itamaraty lembram, por exemplo, que os embaixadores brasileiros em Israel e na Palestina estavam em férias quando começou o conflito na região, mas retornaram a seus postos imediatamente.
Embaixador acumula polêmicas
Chefe do cerimonial do governo Michel Temer, Pompeu foi indicado para a embaixada brasileira no Equador pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021. O diplomata acumula um histórico de polêmicas.
Quando era embaixador do Brasil na Espanha, Pompeu chegou a responder a uma sindicância por assédio moral e por orientar subordinados a mentir em expediente oficial.
Para concluir a sindicância, o diplomata precisou assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a mudar o seu comportamento.
Crise no Equador
O Equador entrou em uma crise de violência após fuga de Adolfo Macías, líder da gangue criminosa Los Choneros, uma das mais poderosas e periogosas daquele país.
Ele desapareceu no domingo (7/1), quando deveria ser transferido a uma instalação de segurança máxima. O governo reagiu com medidas duras, gerando resposta de facções.