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Candidata ao TRF-2 apoiada pela esquerda trabalhou na gestão Bolsonaro

Candidata que disputa indicação de Lula para o TRF-2 com apoio de grupos da esquerda omite de seu currículo passagem pelo governo Bolsonaro

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Candidata apoiada por grupos de esquerda a uma vaga no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), a advogada Cláudia Franco Corrêa já trabalhou no governo Jair Bolsonaro.

Cláudia ocupou dois cargos importantes na estrutura do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, para os quais foi nomeada pelo então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

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Cláudia busca ser indicada a vaga do TRF-2 pelo presidente Lula
Sessão do TRF-2, om jurisdição no Rio de Janeiro e no Espírito Santo
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A advogada Cláudia Franco Corrêa, apoiada pelo governador Cláudio Castro na disputa pela vaga de desembargadora federal do TRF-2, é sócia do secretário de Transformação Digital do Rio de Janeiro, José Mauro de Farias.

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Cláudia busca ser indicada a vaga do TRF-2 pelo presidente Lula

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Sessão do TRF-2, om jurisdição no Rio de Janeiro e no Espírito Santo

Fernando Frazão/Agência Brasil

A  advogada aturou no Jardim Botânico ao longo de 2020. O primeiro cargo que ocupou foi o de chefe da Assessoria de Assuntos Estratégicos, para o qual foi nomeada por Salles em 22 de maio daquele ano.

Cláudia ficou no cargo até 22 de julho, quando foi nomeada, novamente por Salles, como chefe de gabinete do Jardim Botânico. Ela permaneceu no posto até outubro de 2020 e não voltou mais ao governo Bolsonaro.

À época em que a advogada trabalhou no Jardim Botânico, o órgão era presidido pela bióloga Ana Lúcia Santoro. A bióloga assumiu o cargo após deixar o comando da Secretaria de Meio Ambiente no governo Wilson Witzel no Rio.

Ana Lúcia ficou no comando do Jardim Botânico até o final do governo Bolsonaro. Na sequência, ela foi nomeada como assessora do secretário de Transformação Digital do governo Cláudio Castro (PL), José Mauro de Farias.

Farias é sócio de Cláudia Corrêa em um escritório de advocacia, como revelou o colunista Guilherme Amado. No momento, contudo, ele está licenciado da banca em razão de sua atuação como secretário do governo do Rio.

Candidata omite informação do currículo

Cláudia omite a passagem pelo governo Bolsonaro de seu currículo na plataforma Lattes, atualizado no início de setembro, de acordo com registros aos quais a coluna teve acesso.

Em seu Lattes, a advogada menciona diversas outras experiências posteriores à experiência na gestão Bolsonaro, em uma das áreas mais criticadas por grupos que hoje apoiam sua candidatura.

Ela destaca o fato de ter presidido o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ) durante todo o ano de 2019. A autarquia era vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, à época chefiada por Ana Lúcia.

O que diz a candidata

À coluna, Claudia explicou que é professora de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que foi “cedida” pela instituição por cinco meses, entre maio e outubro de 2020, para trabalhar no Jardim Botânico.

“Fui chamada para colaborar nos conflitos fundiários existentes no horto que já correm há décadas. A intenção era ajudar as famílias que estavam para ser despejadas. Sou muito próxima de várias pessoas que atuam a favor de favelados. Tanto que tenho carta de apoio do MST e da Faferj, que é federação das associações das favelas. Como o projeto de apoio às famílias não deu certo, retornei para sala de aula”, afirmou.

A advogada também negou ser próxima ou amiga de Ana Lúcia Santoro. “Não sou próxima da Ana Santoro. Não somos amigas. Somos conhecidas apenas. Desconheço seu paradeiro”, disse a candidata ao TRF-2.

Ela também ressaltou que seu sócio que é secretário do governo do Rio é “afastado da militância por ser impedido”. “Honestamente, não sei nada do que se passa na secretaria e muito menos no governo Cláudio Castro”, disse.

Cláudia explicou ainda que não pôs a passagem pelo governo Bolsonaro em seu currículo Lattes por avaliar que o trabalho não merece destaque. Ela ressaltou ainda que menciona a experiência em outros currículos.

“Não foi um trabalho que mereça destaque no Lattes, por carecer elementos acadêmicos, porque  não houve efetivação acadêmica. Lattes tem uma proposta diferente de um currículo de apresentação. Mas ressalto que, em vários currículos distribuídos, inclusive para a OAB e para os desembargadores, foi colocado essa assessoria”, declarou.

Apoio da esquerda

A advogada integra a lista tríplice elaborada pela OAB e enviada para o presidente Lula escolher um novo desembargador para o TRF-2, em vaga destinada ao quinto constitucional.

Além de Cláudia, compõe a lista os advogados Bruno Pinheiro Barata (RJ), apoiado pelo advogado tributarista Luiz Gustavo Bichara, e Alexandre Nogueira Alves (ES), apoiado pela bancada capixaba no Congresso.

Cláudia, por sua vez, tem entre seus principais apoiadores integrantes do Prerrogativas, grupo de advogados progressistas e antilavajatistas que tem boa relação com o governo Lula.

À coluna, o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho, que é amigo pessoal de Lula, minimizou a passagem da advogada pelo governo Bolsonaro e disse manter seu apoio a ela na disputa.

“Ela ocupou um cargo técnico. Os adversários estão querendo criar constrangimento, mas o importante é que ela nunca abriu mão dos compromissos com o campo progressista”, disse.

 

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