Embora o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenha anunciado que exigirá a “carteira de vacinação” contra a Covid-19, a Mesa Diretora abrirá brecha para permitir que parlamentares não imunizados possam ingressar nas dependências da Casa.

A brecha constará no ato da Mesa que regulamentará as regras de acesso à Câmara na volta dos trabalhos presenciais, a partir de segunda-feira (25/10). O documento está em fase de coleta de assinaturas dos membros da Mesa e deve ser publicado nas próximas horas no Diário Oficial da Casa.

Segundo apurou a coluna com fontes da cúpula da Câmara, o ato vai estabelecer que, para entrar na sede do Legislativo, deputados terão de apresentar comprovante de vacinação completa ou algum exame que ateste imunidade contra o novo coronavírus.

A simples apresentação do teste, porém, não garante automaticamente o acesso. O exame será analisado pelo primeiro-secretário da Casa, o qual terá a palavra final para autorizar ou não a entrada. A regra não deverá agradar a maioria dos deputados bolsonaristas.

Até fevereiro de 2023, a Primeira Secretaria será comandada pelo deputado Luciano Bivar (PE). Atual presidente do PSL, o pernambucano é desafeto político da maioria dos bolsonaristas, que se elegeu pelo partido em 2018, mas rompeu com o dirigente após a saída do presidente Jair Bolsonaro da sigla, em 2019.

Em outras palavras, a entrada de deputados bolsonaristas não vacinados na Câmara estará nas mãos da um desafeto político deles. E o Bivar já prometeu ser rigoroso na análise. A interlocutores o atual primeiro-secretário da Câmara disse que tomará suas decisões com base na ciência.

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu há pouco que os trabalhos presenciais serão retomados a partir da 2ª feira, 25. Serão tomadas todas as medidas administrativas e sanitárias no retorno das atividades, entre elas, a apresentação da carteira de vacinação.

— Arthur Lira (@ArthurLira_) October 19, 2021

Levantamento feito pelo Metrópoles revelou que ao menos seis deputados admitem não ter se vacinado contra a Covid-19 até agora. Outros três se recusaram a responder. Os nove são apoiadores de Bolsonaro, que não perde a oportunidade de dizer que não se imunizou nem pretende.