Caciques do PL alertam Cláudio Castro para não acabar como Witzel
Lideranças do PL avisaram o governador do Rio, Cláudio Castro, de que ele não deve repetir erros que custaram mandato de Wilson Witzel
atualizado
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Lideranças do PL têm feito um alerta a Cláudio Castro diante da briga do governador do Rio de Janeiro com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e com bolsonaristas da legenda.
Em conversas reservadas, caciques do PL alertam Castro que brigar com Valdemar e bolsonaristas pode fazer o atual governador fluminense trilhar caminho parecido com o de seu antecessor, Wilson Witzel.
Segundo lideranças do PL, Castro precisa ter em mente que a derrocada de Witzel começou quando o então governador do Rio comprou briga com Jair Bolsonaro e seus fiéis seguidores.
Rompido com o então presidente da República e sua base de apoio, Witzel não conseguiu se segurar no cargo quando enfrentou um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Exonerações
Nas últimas semanas, Castro não apenas irritou bolsonaristas do PL, como também testou a paciência de Valdemar, ao exonerar de cargos no governo apadrinhados do dirigente e do presidente da sigla no Rio, Altineu Côrtes.
O governador entrou em rota de colisão com Valdemar e Altineu desde a disputa pela presidência da Alerj, quando os dois dirigentes do PL apoiaram um nome diferente do defendido por Castro.
Já bolsonaristas têm se irritado com as articulações de Castro para as eleições à Prefeitura do Rio de 2024. O governador defende a candidatura de seu secretário de Saúde, Dr. Luizinho (PP).
Aliados de Jair Bolsonaro no PL, por sua vez, articulam outros nomes. Entre eles, o do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello, o do ex-ministro Braga Netto e o do senador Flávio Bolsonaro.
Também irritou bolsonaristas a recente aproximação de Castro com o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT). O pedetista quer disputar a prefeitura da cidade em 2024, quando o PL aposta no deputado Carlos Jordy.
Eleições 2026
Na avaliação de aliados de Valdemar no PL, os movimentos de Castro para 2024 visam pavimentar a candidatura dele ao Senado em 2026, quando encerrará seu segundo mandato no governo estadual.
Bolsonaristas e aliados de Valdemar ponderam, contudo, que a candidatura do governador ainda precisa ser debatida, pois tanto Flávio quanto o senador Carlos Portinho (PL-RJ) pretendem disputar reeleição em 2026.
Irritado, Castro exige que o comando do PL no Rio permita sua permanência na sigla. Interlocutores de Valdemar, no entanto, consideram difícil ele atender ao pedido e já classificam a saída do governador da legenda como inevitável.
A aposta entre políticos fluminenses é que, se sair mesmo do PL, Castro acabará se filiando ao Progressistas, de Ciro Nogueira, ou ao União Brasil, de Luciano Bivar.