Caciques de MDB e PSDB admitem que federação é “espuma” e não vingará
Lideranças do PSDB e MDB ressaltam que, embora suas direções tenham afinidade no plano nacional, há muitas divergências nos estados
atualizado
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Dirigentes de PSDB e MDB admitem, nos bastidores, que decidiram divulgar que as siglas discutem a formação de uma possível federação partidária apenas para tentar criar um fato político e embaralhar o jogo eleitoral.
Em reservado, lideranças tucanas e emedebistas reconhecem que será muito difícil viabilizar a aliança até o início de abril, prazo estabelecido, até agora, pela Justiça Eleitoral para o registro das federações.
Caciques de PSDB e MDB lembram que, embora suas direções tenham afinidade no plano nacional, há muitas divergências entre os dois partidos nos estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
Pelas regras da federação, os partidos que compuserem a aliança terão de atuar como se fossem uma única sigla por quatro anos. Com isso, precisarão lançar candidatos únicos não só em 2022, como nas disputas municipais de 2024.
Espuma política
Cientes da dificuldade, dirigentes das duas legendas admitiram à coluna que decidiram divulgar o debate apenas para criar “espuma” política e tentar “embaralhar” o jogo para a disputa eleitoral deste ano..
Tanto MDB quanto PSDB possuem pré-candidatos ao Palácio do Planalto: respectivamente, a senadora Simone Tebet (MS) e o governador de São Paulo, João Doria.
Uma das provas de que os caciques de ambos os partidos não estão levando a sério a discussão sobre a federação é de que as principais lideranças de ambas as legendas sequer tinham sido consultadas até essa quarta-feira (2/2).
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), por exemplo, teve reuniões ontem com Doria, com o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) e com o presidente do MDB, Baleia Rossi, e o tema sequer foi mencionado.
Cidadania
Na avaliação de tucanos, a notícia da federação servirá para pressionar o Cidadania a tomar uma decisão se fechará uma federação com o PSDB ou não.
Além dos tucanos, a sigla comandada pelo ex-ministro Roberto Freire vem discutindo formação de uma federação com o Podemos, legenda que tem o ex-juiz Sergio Moro como presidenciável.