Boulos já atacou proximidade do PT com Kassab
Auxiliado por Kassab nos bastidores em 2024, Guilherme Boulos criticou indicação do cacique do PSD para ministério do governo Dilma em 2015
atualizado
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Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) já escreveu uma dura crítica sobre as relações do PT com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que agora o ajuda informalmente nos bastidores.
Em 2014, Boulos publicou no jornal Folha de S. Paulo um artigo intitulado “Indicar Kassab é brincar com fogo”. O mesmo artigo virou um dos capítulos do livro do deputado “De que lado você está? – Reflexões sobre a conjuntura política e urbana no Brasil”.
Na publicação, Boulos avaliou que propor a indicação de Kassab para o Ministério das Cidades seria uma “provocação” — o que não impediu o presidente do PSD de assumir o cargo entre janeiro de 2015 e abril de 2016, no segundo governo Dilma.
“Propor, sugerir ou especular sobre o nome de Gilberto Kassab para assumir o Ministério das Cidades é uma provocação. Uma provocação às mobilizações de junho de 2013 que nasceram em torno do tema da mobilidade. Uma provocação às mobilizações que em 2014 denunciaram os efeitos urbanos impopulares da Copa. É uma provocação a todos aqueles que lutam por cidades mais democráticas e menos fascistas”, escreveu Boulos, antes de a nomeação de Kassab ser confirmada.
O atual deputado do PSol emendou: “Se indicar Kassab, Dilma demonstrará que não aprendeu as lições das mobilizações urbanas dos últimos anos. E, no contexto explosivo de nossas cidades, estará verdadeiramente brincando com fogo”.
O aceno de Kassab a Boulos
Oficialmente, Kassab apoia a reeleição do atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). Entretanto, como mostrou o Metrópoles, o ex-ministro fez alguns acenos, nos bastidores, para Boulos e sua candidatura.
Hoje secretário de Relações Institucionais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Kassab teria auxiliado Boulos a se reunir com empresários em áreas que tradicionalmente rejeitam o psolista na capital paulista.
Kassab teria ajudado Boulos, por exemplo, a conversar com a Associação Comercial de São Paulo e com o braço paulista do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais (Secovi).