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Boulos já criticou “política do consenso” que fará de Marta sua vice

Em livro de 2015, Guilherme Boulos disse que “talvez o maior erro” da esquerda tenha sido apostar na estratégia política do consenso

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Imagem colorida mostra Marta Suplicy, mulher branca, loira, de olhos azuis, de braços dados com Guilherme Boulos, homem branco, de cabelo, barba e olhos castanhos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Marta Suplicy, mulher branca, loira, de olhos azuis, de braços dados com Guilherme Boulos, homem branco, de cabelo, barba e olhos castanhos - Metrópoles - Foto: Divulgação

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) já criticou, no passado, a “política do consenso” que muito provavelmente fará a ex-prefeita Marta Suplicy ser sua vice em 2024.

A posição foi defenida por Boulos no livro De que lado você está? – Reflexões sobre a conjuntura política e urbana no Brasil“, publicado em 2015 com uma série de artigos escritos pelo próprio parlamentar.

Logo na introdução da obra, Boulos diz que “não pretende criar consensos, e sim tomar partido no dissenso”, e critica tal estratégia, quando adotada por uma “certa esquerda no Brasil”.

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“Talvez o maior erro de uma certa esquerda no Brasil tenha sido apostar na estratégia política do consenso. Em nome dela, trabalhou para amortecer os grandes enfrentamentos da sociedade brasileira e deixou dar cria o ovo da serpente, que soltou o veneno tão logo a maré virou”, escreveu o deputado.

Na introdução do livro, Boulos ainda menciona explicitamente o que avalia ser um erro do “petismo” e fala de uma “crise geracional” associada ” intimamente ao espírito conciliador do modelo petista”.

“Nesse sentido, é o caso de mencionar também uma espécie de “crise geracional”, associada intimamente ao espírito conciliador do modelo petista. Lula tem razão quando diz que quem aprende a comer filé não quer mais comer acém. De fato, a melhora nas condições de consumo estabelece um novo patamar e coloca novas exigências. Mas isso poderia ser canalizado para um movimento de fortalecimento do processo de mudanças não fosse o elemento despolitizador do modelo. Ao escamotear os conflitos políticos e sociais para preservar o pacto, o petismo contribuiu para a despolitização da sociedade. Ao manter intocado o monopólio midiático nas mãos de uma elite, em nome desse pacto, permitiu passivamente que essa mesma elite formatasse a seu modo o discurso da insatisfação”, escreveu Boulos.

Frente ampla

No sábado (13/1), Boulos almoçou com Marta no apartamento dela em um bairro nobre da capital paulista. Lá, posou com a ex-prefeita, que até pouco tempo era secretária na gestão do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

Para ser vice de Boulos, Marta deve voltar para o PT, partido o qual se desfilou em abril de 2015, em meio aos escândalos de corrupção revelados pela operação Lava Jato, após mais de 30 anos de filiação.

A operação em torno de Marta foi liderada diretamente por Lula, que quer repetir com Boulos em 2024 a ideia de “frente ampla” contra o bolsonarismo que o próprio petista adotou em 2022 ao ter Geraldo Alckmin de vice.

Embora tenha sido filiada ao PT por anos, Marta sempre teve um comportamento mais ao centro. A ex-prefeita e seu marido, inclusive, já fizeram críticas a Boulos no passado.

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