Bolsonaro conversou com embaixador de Israel sobre brasileiros em Gaza
Antes do polêmico encontro na Câmara, Jair Bolsonaro falou com embaixador de Israel e assessor de Netanyahu sobre brasileiros em Gaza
atualizado
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O ex-presidente Jair Bolsonaro já vinha mantendo contato com o atual embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshein, antes do polêmico encontro com o diplomata na quarta-feira (8/11), na Câmara dos Deputados.
Dias antes do evento, Bolsonaro conversou com Zonshein e com Yossi Shelley, ex-embaixador de Israel no Brasil entre 2017 e 2021 e atual diretor-geral do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O ex-presidente buscou os dois para entender a demora na liberação dos cerca de 30 brasileiros que aguardavam para deixar a Faixa de Gaza em meio ao conflito entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas.
Bolsonaro diz ter ouvido de Zonshein e Yossi Shelley que os israelenses não teriam ingerência sobre a autorização para os estrangeiros deixarem a Faixa de Gaza por meio da fronteira com o Egito.
Itamaraty rebate
Fontes do Itamaraty, porém, rebatem Bolsonaro. Segundo diplomatas, a saída de Gaza precisa do aval triplo do Hamas, do Egito e de Israel, para evitar que os israelenses ataquem os estrangeiros.
A negociação, vale lembrar, foi conduzida oficialmente pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que teve inúmeras conversas com autoridades de Israel e do Egito nas últimas semanas.
Na quinta-feira (9/11), Vieira anunciou que o chanceler de Israel, Eli Cohen, “assegurou” que os brasileiros e seus familiares serão autorizados a cruzarem a fronteira nesta sexta-feira (10/11).
Procurado pela coluna, Daniel Zonshein não se pronunciou. A assessoria de imprensa do diplomata disse que, por protocolo, não pode comentar o contéudo de conversas do embaixador.
Encontro na Câmara
O polêmico encontro de Bolsonaro com o embaixador do Brasil em Israel ocorreu durante a transmissão de um vídeo com imagens de soldados do Hamas atacando israelenses, na quarta, em uma sala da Câmara.
Em conversa com a coluna, o ex-presidente da República afirmou que foi convidado para participar do evento, mas ponderou que “nem sabia que o embaixador ia se fazer presente”.
“Ele estava presente, lógico, cumprimentei como autoridade. Lá na Câmara, a organização me colocou para sentar do lado dele. Trocamos algumas poucas palavras. Nada além disso.”, afirmou.
O episódio provocou ataques de petistas e de integrantes do Itamaraty ao diplomata israelense, que já havia feito críticas públicas ao governo Lula semanas antes.